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Balanço CCXP19: destaques da Marvel e DC, queda de palco, Artists Alley e mais

Por| 15 de Dezembro de 2019 às 12h00

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divulgação
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A Comic Con Experience (CCXP) 2019, que aconteceu entre os dias 5 e 8 deste mês, movimentou nada menos do que 280 mil pessoas, batendo o recorde anterior de 262 mil visitantes em 2018, segundo a organização. Para ter uma ideia, esse número é maior até mesmo que a Comic Con International: San Diego, que registrou 135 mil fãs nesta temporada. E o que mais chamou a atenção este ano? Vamos para o pacotão de destaques.

O maior auditório, o Cinemark XD, foi de longe o mais procurado, tanto pelos visitantes quanto pela imprensa — aliás, o acesso para esse palco tinha muitas restrições de estúdios, então até mesmo profissionais que fariam sua cobertura ficaram de fora. Na noite de sexta-feira (6) muita gente já foi preparada para passar a noite no estacionamento e garantir um lugar na fila. O objetivo era ver o painel de Kevin Feige e do Marvel Studios no dia seguinte (7) — falaremos mais sobre isso com o depoimento de um fã ainda nesta matéria.

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Foi no Cinemark XD que Feige mostrou uma prévia de Os Eternos, em um vídeo ainda cru, que deve se tornar o teaser a ser apresentado em breve. O chefão do Marvel Studios também exibiu cenas inéditas de Viúva Negra e da série Wandavision, comentando que ela “vai moldar o futuro do Universo Cinematográfico Marvel”.

Os atores e o diretor de Star Wars foram muito celebrados e também ganharam o coração dos brasileiros. Já a Warner Bros e a DC Films lançaram o trailer de Mulher-Maravilha 1984 e também destacaram Aves de Rapina — Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, com direito ao elenco estelar, incluindo Gal Gadot e Margot Robbie, respectivamente.

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A Netflix anunciou a data da estreia da quarta temporada de La Casa de Papel e aproveitou para trazer Henry Cavill, de surpresa, para falar de The Witcher. A HBO apostou em sua série His Dark Materials, que, infelizmente, não teve a participação de Dafne Keene no painel. Já o Amazon Prime Video mostrou o trailer da segunda temporada da The Boys e frisou o investimento em produções nacionais, a exemplo do reality show Soltos em Floripa e do drama DOM.

Estandes caprichados

Era difícil encontrar algum espaço vazio no gigante SP Expo e as lojas, estúdios e demais estabelecimentos capricharam em diversas ativações que mantiveram o público ocupado o tempo todo. A rua principal do evento esteve praticamente lotada na noite de quinta-feira (5), na abertura oficial, e no sábado (7), o dia mais movimentado.

Os espaços da Warner Bros., Amazon Prime Video, HBO e Netflix eram os mais requisitados por conta de interações com atrações famosas, a exemplo de Stranger Things e The Boys. O palco da Globoplay tinha até mesmo uma arquibancada e passeio de tirolesa, em uma estrutura de primeira grandeza.

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Um dos estandes mais procurados foi o da Badoo, que lançou no evento a função “Pessoas Perto” como parte do programa “Conexões Sinceras”. A funcionalidade foi um sucesso, aproximando quem gostaria de se conhecer durante a CCXP. A companhia também contou com duas ativações de fotos temáticas, uma com games e outra com quadrinhos. E quem ainda tentou a sorte no “Jogo de Garras” pôde tentar descolar brindes exclusivos, como um power bank personalizado.

Quem deu uma esticadinha até o final do enorme galpão pôde conferir o trem de Harry Potter, o palco de games com várias competições e a seção Creators Stage by Trigg, que contava com apresentações de bandas ao final de cada dia. Os cosplayers também fizeram a festa e contaram com um desfile especial.

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Vale lembrar que tudo tinha como principal tema as comemorações dos 80 anos de Batman, que ganhou uma exposição exclusiva, com direito a réplicas dos Batmóvel do seriado dos anos 60 e dos filmes de Tim Burton.

Mezanino recheado e queda de palco 

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Os auditórios do mezanino trouxeram importantes eventos paralelos para a CCXP e serviam também como um “descanso” da multidão nas principais ruas, no andar debaixo. Foram nesses locais que aconteceram sessões de Masterclass com artistas como Laerte e Rafael Albuquerque, e conversas com mestres dos quadrinhos, a exemplo de Frank Miller e Neal Adams.

Um episódio inusitado aconteceu na Arena Omelete, um pequeno estúdio em forma de aquário em uma região de bastante movimentação do SP Expo, no piso térreo. Foi ali que diversos artistas falaram, enquanto o público podia vê-los em uma arquibancada e ao lado de passarelas de acesso.

Quando Ryan Reynolds transitou por ali para dar entrevista, ele desceu para ficar mais perto dos fãs e a estrutura não aguentou e cedeu. Ele logo pulou para trás e evitou um acidente pior, mas muita gente acabou caindo. Por sorte, nada mais grave aconteceu e tudo não passou de um grande susto.

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Artists Alley

Local preferido de muita gente que passou pela CCXP, o “beco dos artistas” reuniu o talento nacional e internacional dos quadrinhos. O grande convidado foi Neal Adams, que ficou pouco tempo e tinha autógrafos disputados — e caros, pois custava R$ 60 para levar uma dedicatória sua para casa. Outros artistas gringos de renome, a exemplo de Frank Quitely (Grandes Astros: Superman), Tim Bradstreet (capista de Hellblazer), Charlie Adlard (The Walking Dead) e Joëlle Jones (Mulher-Gato) fizeram a festa dos fãs, sendo bastante atenciosos durante os quatro dias.

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Nomes já conhecidos do cenário brasileiro, a exemplo de Rafael Grampá (Dark Knight Returns: The Golden Child), Rafa Albuquerque (Vampiro Americano), André Diniz (Fawcett), Sérgio Chaves (Café Espacial), os irmãos Cafaggi e os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá também marcaram presença — aliás, esses dois últimos esgotaram todas as edições que levaram do lançamento The Umbrella Academy — Hotel Oblivion, que levaram para a CCXP.

E algumas estrelas ascendentes merecem destaque: Gabriel Picolo, desenhista da edição especial de Ravena; e Melissa Garabeli, autora de Saudade ao lado de Phellip Willian, que vendeu todos os prints de seu “Baby Yoda” durante a CCXP, merecem a atenção de todos os amantes da nona arte nos próximos anos.

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E o que o público achou disso tudo?

É claro que nenhum evento desse porte sobrevive sem seu ingrediente mais importante: o público. Por isso, perguntamos para alguns visitantes o que eles acharam da CCXP19. “Vim aqui todos os dias, desde a Spoiler Night (abertura para convidados, na quarta-feira). Gostei muito da quinta-feira por causa do elenco de Aves de Rapina. Também gostei do conteúdo da Marvel. Para entrar tive que passar a noite no estacionamento e à meia-noite descemos para a frente das portas, onde dormimos à céu aberto. Quando foi 8 horas, deixaram a gente entrar para ficar na fila do auditório. Mas valeu a pena”, disse a carioca Carol Paiva ao lado das amigas.

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Ela também disse que tem um carinho especial pelo cosplay e pelo Artists Alley. “Gosto de poder curtir os artistas porque a gente sabe que o trabalho deles é difícil e exige muitos detalhes. É uma coisa bonita e nós precisamos valorizar nossos artistas, então venho aqui todos os dias. Gosto muito do Picolo (Gabriel) e da Adriana Melo. Ainda vi tudo porque é muita coisa, por isso digo que a CCXP deveria acontecer em dois finais de semana”, sugeriu.

Já Jonathas Aquino e sua família visitam a CCXP todos os anos, sempre pelo menos por um dia. “Acho que a feira tem aumentado bastante dos últimos anos para cá. Está bem organizado e é uma curtição, os cosplays são demais. Os estandes também estão bem legais, como os do Batman”, dizem. As crianças gostaram, em especial, das ativações de Stranger Things.

As amigas Isabel e Yasmin aproveitaram para vir de cosplay de Mulher-Maravilha e Mera. Elas são fãs de carteirinha e visitam a CCXP todos os anos.

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O SP Expo é o local ideal para a CCXP19, mas como ele fica longe dos maiores acessos, participar de uma CCXP é tão gratificante quanto cansativo, ainda mais nos quatro dias oficiais de evento — especialmente se você tem de enfrentar filas e mais filas para ver o que todos querem ver. Além disso, o apelo constante pelo consumo, com dezenas de lojas e vendedores mostrando novidades nerd a todo momento, pode ser um pouco desgastante e, principalmente, oneroso, já que, para se alimentar, por exemplo, é preciso desembolsar valores acima dos normalmente cobrados por aí.

As atrações são de primeira grandeza internacional, o que justifica certos sacrifícios, e o evento em 2019 parece mais bem estabelecido no calendário mundial de eventos dessa natureza. Como esta edição teve público recorde, também deve ter tido mais ocorrências de problemas, incluindo o credenciamento de profissionais e os convites para as sessões de seu maior auditório, geraram bastante reclamação. Se nesta temporada a organização testou limites cravou seu nome nerd/geek em todo o mundo, a próxima deve ser de superação.