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Barbie | Acarajé temático do filme gera discórdia na Bahia

Por| Editado por Jones Oliveira | 19 de Julho de 2023 às 10h40

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Reprodução/Warner Bros, Acarajé da Drica
Reprodução/Warner Bros, Acarajé da Drica

Provando que é impossível se tornar o filme mais aguardado do ano sem se envolver em polêmicas, Barbie está no centro de uma inusitada controvérsia na Bahia. Uma vendedora de acarajé decidiu pegar carona no sucesso do longa e fez uma edição temática do bolinho na cor rosa. E o que deveria ser apenas uma brincadeira com o hype virou alvo de críticas.

Tudo começou quando a vendedora Adriana Ferreira dos Santos lançou o acarajé da Barbie. A ideia da comerciante de Salvador era justamente brincar com a estética do longa que chega aos cinemas nesta quinta-feira (20). Para isso, adicionou corante à massa do quitute para deixá-lo com a cor-tema da boneca. A brincadeira fez sucesso nas redes sociais, com muita gente aprovando a proposta.

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Só que nem todo mundo viu graça na subversão. A Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM) repudiou a iniciativa, alegando que pintar a comida típica de rosa é um desrespeito com a cultura, com as tradições e com o próprio legado do estado.

Em entrevista ao G1, a presidente da ABAM, Rita Santos, disse que não considera o acarajé da Barbie um acarajé de verdade. “É simplesmente um bolinho de feijão”, diz. “E ela não pode ser chamada de baiana”.

Segundo ela, as baianas do acarajé são pessoas dedicadas a preservar a cultura negra e que valorizam a tradição e os antepassados — o que significa respeitar a receita e todos os símbolos em torno da feitura do alimento. “Essa é uma que está vendendo pelo dinheiro. Ela não valoriza o nosso legado, ela não valoriza o nosso patrimônio”, critica Santos.

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Um dos principais pontos defendidos pela ABAM é que o acarajé é considerado um Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e que, portanto, deve ser respeitado e não transformado em mero produto ou brincadeira, como aconteceu no caso da Barbie. Além disso, há também o viés religioso, já que o prato tem um significado sagrado dentro do candomblé.

Diante de toda a repercussão do caso, a criadora acarajé da Barbie se defendeu. "A gente tem que ter criatividade e eu usei a minha", explicou Adriana Ferreira dos Santos em suas redes sociais. "É meu jogo de marketing, meu jogo de criatividade para atingir os meus clientes e as pessoas conhecerem meu produto". Além disso, ao G1, a vendedora disse que a versão temática foi feita apenas para esta semana e que não vê isso como uma afronta às tradições. Conforme explica, a cor rosa é obtida a partir de um corante sem sabor que não altera o gosto típico e tradicional do alimento.

Fonte: G1