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Aumentos em série da taxa Selic preocupam pequenas empresas; entenda

Por| Editado por Claudio Yuge | 22 de Março de 2022 às 21h20

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Reprodução/Anna Shvets/Pexels
Reprodução/Anna Shvets/Pexels

​A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, tem sido castigada nos últimos meses e assustado as pequenas empresas. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fechou 2021 com taxa de 9,25% ao ano, mas ela subiu para 10,75% em fevereiro, e no último dia 16 de março, atingiu 11,75%.

As expectativas do mercado são de que o índice chegue a 12,5% em maio e suba para 12,75% no fim do semestre. É uma péssima notícia para todo mundo, pois a Selic é o principal instrumento de política monetária do Banco Central para controlar a inflação. Se ela sobe, todos os preços sobem junto. E, claro, isso impacta no sucesso dos pequenos negócios.

Segundo o analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Giovanni Beviláqua, a variação da Selic tende a elevar as taxas de juros das linhas de crédito para as pequenas empresas, além de reduzir o interesse do mercado financeiro em novos financiamentos para esse setor.

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“Uma elevação da Selic tem um impacto direto nas taxas de crédito para as empresas, que já são muito maiores do que as oferecidas para os negócios de maior porte. Soma-se a isso a menor disposição do mercado financeiro em ofertar crédito para as micro e pequenas empresas. Com uma Selic alta, as instituições financeiras não precisariam assumir maiores riscos emprestando para empresas, sobretudo as de menor porte, que são muito mais arriscadas, no sentido de potencial inadimplência”, avalia.

Um levantamento do Sebrae analisou que em março de 2021 a taxa média de juros das operações de crédito para os pequenos negócios era de 26,5% ao ano, enquanto a Selic estava em 2%. Em dezembro de 2021, segundo o Banco Central, a taxa média para os pequenos negócios estava em 31,1% ao ano (4,6 pontos percentuais a mais do que em março, enquanto a Selic já estava em 9,25%.

Ou seja, enquanto a Selic aumentou 7,25 pontos percentuais, a taxa média de juros para os pequenos negócios aumentou 4,6 pontos percentuais, o que aponta o desequilíbrio de forças contra os empreendedores neste momento de crise.

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Pequena empresa: cuidado com dívidas após os aumentos da Selic

O Sebrae recomenda aos empreendedores mais cautela com a gestão financeira. “É hora de colocar as contas na ponta do lápis, conhecendo bem a estrutura dos custos e do fluxo de caixa para que possam tomar as melhores decisões para o negócio e identificar onde podem atuar de forma a equilibrar seu caixa, principalmente se existe a real necessidade de recursos externos, como o crédito bancário”, sugere Beviláqua.

As empresas que obtiveram crédito pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) em 2020 e 2021 precisam ter atenção. Afinal, as taxas de juros do programa são pós-fixadas pela Selic. “Logo as prestações dos empréstimos se tornam maiores e mesmo aquelas que possam estar ainda em período de carência terão seus saldos devedores reajustados segundo uma Selic maior”, argumenta.

A linha da Pronampe oferecia juros de 1,25% ao ano, mais taxa Selic. Depois, passou a cobrar 6% mais Selic, sendo que esta última foi de 2% para 11,75% em um ano.

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Fonte: Sebrae (via press release), CNN