Kindle x "tablet com tela de Kindle": qual é melhor para ler?
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller | •
A busca pelo dispositivo de leitura perfeito sempre esbarra em um dilema: escolher o conforto visual do Kindle ou a versatilidade de um tablet? Recentemente, essa dúvida ganhou um novo capítulo com a chegada de tablets que prometem uma "tela de papel", como o TCL NXTPaper 11 gen2.
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A proposta da fabricante chinesa é entregar um display que cansa menos a vista, mas sem abrir mão das cores e do sistema Android.
Muita gente chama esses aparelhos de "tablet com tela de Kindle", mas a realidade técnica é bem diferente. Nós colocamos os dois lado a lado para entender qual deles realmente vale a pena para quem quer colocar a leitura em dia.
A "mágica" da tela: E-ink vs LCD “fosco”
Essa é a principal diferença entre os dois. O Kindle usa tecnologia e-ink, ou tinta eletrônica. É um painel que não emite luz na direção dos olhos, e reflete a luz ambiente, exatamente como uma folha de papel. Mesmo os modelos com luz embutida projetam a iluminação na superfície da tela, e não contra o rosto do usuário.
Na prática, é um display que simula fielmente a experiência de leitura em papel.
Já o TCL NXTPaper 11 gen 2, apesar do acabamento fosco e da propaganda de "papel visual", ainda é um tablet com tela LCD retroiluminada. A diferença é que ele possui múltiplas camadas de filtros e uma textura que elimina reflexos e reduz a emissão de luz azul. Isso contribui para diminuir drasticamente o incômodo causado pela luz artificial.
Na prática, notamos que o conforto no Kindle vai muito além de não incomodar os olhos. Para ler no claro, é possível apagar totalmente as luzes do display do Kindle e fazer a leitura apenas com a luz ambiente. Isso é impossível no tablet, e o brilho mínimo pode ser insuficiente para leitura sob o sol, por exemplo.
Nesse cenário, a experiência no Kindle é bem superior com a luz da tela totalmente apagada.
Já para a leitura no escuro, o conforto visual do Kindle é ainda mais perceptível. Dá para ajustar gradativamente a iluminação da tela para não gerar muita claridade e não incomodar a vista. No TCL NXTPaper 11 Gen 2, o brilho mínimo é alto demais para a leitura um ambiente de escuridão total.
A diferença na exibição também fica clara nos ângulos. Olhando a tela do tablet de lado, notamos que o brilho fica mais escuro. No Kindle, a exibição se mantém praticamente inalterada de qualquer ângulo, o que torna a leitura mais confortável quando estamos deitados, por exemplo.
Por outro lado, se visto totalmente de cima, é notável que o brilho máximo do tablet é bem mais alto que o do Kindle, até porque ele é um produto mais multiúso, e pode ser usado para assistir filmes, por exemplo.
Quais as vantagens do tablet?
Se o Kindle vence no conforto puro, o TCL dá o troco na versatilidade. O grande trunfo do tablet é o sistema Android aberto. Enquanto no Kindle ficamos presos à loja da Amazon, no NXTPaper 11 podemos instalar o app do Kindle, Kobo, Google Play Livros e leitores de PDF diversos.
Além disso, a tela é colorida. Para quem lê histórias em quadrinhos, HQs, mangás coloridos ou revistas, a experiência no tablet é infinitamente superior.
Mesmo se comparar com a versão Colorsoft do Kindle, o acabamento fosco do NXTPaper deixa as cores com um aspecto de impressão de revista muito bonito, algo que o e-ink ainda não alcança com a mesma vivacidade.
Quais as vantagens do Kindle?
O principal atrativo do Kindle é, sem dúvidas, a bateria. Como a tela do e-reader só gasta energia para mudar de página, a bateria dura semanas. Já o TCL NXTPaper 11, por ser um tablet completo com processador de vídeo e tela iluminada, tem autonomia de dias ou horas, dependendo do uso intenso.
Outro ponto é a distração. O Kindle é um “santuário” de foco: sem notificações de redes sociais, e-mails ou alertas do WhatsApp na tela o tempo todo. Mesmo se desativar as notificações, no tablet, a tentação de "dar só uma olhadinha" na internet é constante e pode quebrar o ritmo de leitura.
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Ivo Meneghel Jr/Canaltech
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Afinal, Kindle ou “tablet com tela de Kindle”, qual a melhor opção?
A decisão depende exclusivamente do tipo de conteúdo que o usuário consome e da sensibilidade visual de cada um. Se o foco é a leitura de livros tradicionais em texto corrido, o Kindle continua insuperável. A bateria de longa duração e a tela e-ink oferecem uma experiência mais próxima do livro físico, ideal para maratonas sem cansar a vista.
Por outro lado, para os leitores de HQs, mangás coloridos e PDFs, o TCL NXTPaper 11 Gen2 assume a liderança.
A tela colorida com acabamento fosco valoriza as imagens sem os reflexos chatos de tablets comuns, além da liberdade do Android para instalar outros apps. Para quem busca um único aparelho, o tablet da TCL surge como um meio-termo, que não substitui o conforto do e-ink, mas agride menos os olhos que um modelo convencional.
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