Em alta, comércio eletrônico nacional movimenta mais de R$ 1 bi no 1º semestre
Por Roseli Andrion • Editado por Claudio Yuge |
Já há alguns anos, o e-commerce cresce de forma progressiva no país. Com a pandemia de COVID-19, no entanto, as vendas online ganharam ainda mais adeptos. No primeiro semestre de 2021, pequenas e médias empresas aumentaram em 140% seu faturamento com vendas online em comparação com o mesmo período de 2020.
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Esses empreendedores movimentaram mais de R$ 1 bilhão, contra os R$ 428 milhões de 2020. Os resultados são do banco de dados da plataforma de e-commerce Nuvemshop, que reúne mais de 85 mil lojas virtuais — a maioria delas comandada por pequenos e médios empreendedores (PMEs).
O crescimento no volume de produtos vendidos atingiu 121%: saltou de 9,3 milhões de itens no primeiro semestre de 2020 para mais de 20 milhões em 2021. “Além daqueles que já tinham o hábito de adquirir produtos online, mais de 3 milhões de brasileiros compraram pela internet pela primeira vez neste primeiro semestre”, aponta Alejandro Vázquez, CCO e cofundador da Nuvemshop.
Para ele, isso comprova que houve de fato uma mudança nos hábitos de consumo. “Para o próximo semestre, acreditamos que os números continuarão crescendo, principalmente pelo fato de que teremos datas comerciais importantes para o e-commerce, como a Black Friday e o Natal.”
São Paulo em primeiro
São Paulo é o Estado que mais fatura com as vendas online. No primeiro semestre de 2021, pequenos e médios empreendedores da região movimentaram mais de R$ 347,4 milhões. Além do maior faturamento, o Estado tem, ainda, o maior volume de compra no ambiente virtual. “De acordo com nosso banco de dados, 28% das vendas online saem de São Paulo e são entregues para clientes do mesmo Estado”, detalha.
Minas Gerais vem em segundo lugar, com faturamento de R$ 106 milhões, e Rio de Janeiro fica em terceiro com R$ 87,7 milhões. Em ambos os Estados, as compras pela internet também têm volumes expressivos.
Os segmentos com maior faturamento no período foram Moda (R$ 342,8 milhões), Saúde e Beleza (R$ 85,8 milhões), Acessórios (R$ 72,3 milhões), Casa e Jardim (R$ 42,2 milhões) e Eletrônicos (R$ 27,7 milhões). Outros setores tiveram aumentos significativos nas vendas online: Antiguidades (+782%), Joias (+174%), Brinquedos (+127%) e Artes e Artesanato (+126%).
Movimento deve continuar
No período analisado, 73% das vendas online foram feitas por celular. O tíquete médio subiu, em relação a 2020: foram R$ 218 agora, contra R$ 213 do ano anterior.
Para Vázquez, a previsão é que o comércio digital continue em expansão no Brasil: ele diz que, entre os próximos 15 e 20 anos, 80% das vendas devem passar de alguma forma por plataformas digitais. “Nós temos o papel de reduzir as barreiras do empreendedorismo para que as PMEs tenham acesso à tecnologia de ponta e à economia de escala. Até agora, elas estavam disponíveis apenas para os gigantes do varejo”, afirma.