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“Vespas assassinas” e “dragões azuis”: tão perigosos quanto dizem por aí?

Por| 14 de Maio de 2020 às 17h49

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Pexels
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Deu a louca nos bichos neste período de confinamento por conta do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Ou melhor, talvez eles estejam apenas reclamando o que é seu por direito, pois há muitos relatos sobre animais selvagens aparecendo em ruas desertas das cidades. Alguns deles são raros e têm se comportado de maneira diferente, surgindo em locais que não costumavam aparecer, como são os casos das “vespas assassinas asiáticas” e dos “dragões azuis”. Ambos foram vistos recentemente nos Estados Unidos e o segundo até deu as caras no Brasil.

Na verdade, o termo “vespas assassinas” é pejorativo, já que as “vespas gigantes”, como também são popularmente conhecidas essa espécie do sudeste e do leste da Ásia, não são uma ameaça para a humanidade. Embora tenham aparência assustadora para um inseto, com até cinco centímetros de comprimento, elas costumam atacar abelhas — somente avançam para cima de pessoas quando se sentem ameaçadas. E aí sim podem ser um perigo.

De acordo com os especialistas, elas possuem um longo ferrão e veneno capaz de destruir células. Aliado às mandíbulas capazes de mastigar pele humana, esse poder de fogo pode ser mortal.

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No Japão cerca de 50 pessoas morrem anualmente por conta de ataques delas e há registros de óbitos com apenas uma picada, que pode injetar um tóxico comparável ao de uma cobra peçonhenta. Além disso, como dá para ver no vídeo abaixo, uma das vítimas que sobreviveu a um ataque, o youtuber Coyote Peterson, uma ferroada desse animal dói muito.

As vespas asiáticas (Vespa velutina, não confundir com a Vespa mandarinia) têm aparecido nas últimas semanas em Washington e no Canadá e os cientistas ainda não sabem explicar a razão dessa migração. Porém, não é exatamente do ataque que os agricultores e apicultores norte-americanos estão preocupados. Colmeias inteiras podem ser completamente destruídas pelas vespas e, como sabemos, as abelhas são muito importantes para o meio ambiente e para a economia.

Por isso, comunidades e autoridades norte-americanas vêm criando armadilhas e outros métodos para expulsar as vespas gigantes. No final de abril, as rainhas saíram do período de hibernação e as operárias passam o ciclo do verão, de junho a setembro no continente. Essa é a fase em que há maior potencial de destruição, pois elas buscam comida — como as abelhas.

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Ainda que a presença incomum desses animais na América do Norte e na Europa venha sendo relacionada à ausência de pessoas em ambientes abertos por conta do isolamento social, há relatos dessa migração bem antes dos primeiros casos de COVID-19. O que pode ter acontecido é que o confinamento talvez tenha “ajudado” as vespas a se locomoveram mais rapidamente para o ocidente.

Embora os alvos não sejam os humanos e muitas notícias sobre as vespas asiáticas exagerem um pouco, o comportamento desses insetos fora de seu habitat pode mudar e já há um registro de morte na Espanha por conta de uma picada de uma vespa gigante.

“Dragões azuis” nos Estados Unidos e Brasil

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Assim como os filhotes de Daenerys, os Glaucus atlanticus são animais extremamente raros. Mas diferente das criaturas de Game of Thrones, além de reais, claro, eles não cospem fogo — são chamados de “dragões azuis” devido à aparência curiosa, com “asas” e cores chamativas. Essa espécie é normalmente encontrada na costa leste e sul da África do Sul; nas costas da Austrália e em alguns locais da Europa.

O molusco mede geralmente três centímetros e, ao ser tocado, pode liberar uma toxina capaz de causar queimadura na pele humana. Suas presas são as caravelas portuguesas (Physalia physalis), e essa seria uma das razões dos dragões azuis serem vistos recentemente no litoral de São Paulo, nas praias de Santa Catarina e nas águas do norte do Rio Grande do Sul.

O mesmo tem acontecido na Ilha do Padre, que fica no Golfo do México, na costa do Texas, Estados Unidos. O vídeo abaixo foi registrado recentemente:

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Assim como no caso das vespas asiáticas, não se sabe exatamente por qual razão essas lesmas do mar têm aparecido nessas localidades, e isso não vem acontecendo somente depois da pandemia. Elas já haviam aparecido na Austrália e outra regiões do mundo há alguns anos.

As mudanças climáticas, que já vêm afetando o comportamento dos animais em todo o mundo há algum tempo, podem ser as reais razões desse surgimento de espécies nunca vistas em determinadas localidades - além desses, golfinhos apareceram na Ilha de Sardenha. Não há provas de que o confinamento tenha relação com essas ocorrências - mas a expectativa é que, após o final do isolamento, as pessoas passem a olhar com mais carinho sua relação com a natureza.

Fonte: CNN Brasil, Gizmodo Brasil, Washington Post