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MIT enumera quais foram as dez piores tecnologias inventadas no século XXI

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MIT enumera quais foram as dez piores tecnologias inventadas no século XXI
MIT enumera quais foram as dez piores tecnologias inventadas no século XXI

Desde o início da espécie humana, nós temos usado nosso intelecto avançado na criação de tecnologias para nos ajudar no dia-a-dia e avançarmos como sociedade. Quando o homem primitivo inventou a roda e a lança, ele não fazia ideia que, algumas dezenas de milhares de anos depois, teríamos máquinas que nos permitem a comunicação em tempo real com qualquer parte do mundo.

Mas nem todas essas tecnologias criadas pelo homem “deram certo”. A história está cheia de criações bem intencionadas, mas que não “pegaram”, foram rapidamente suplantadas por outra invenção ou eram simplesmente má-intencionadas (ou meio inúteis) desde o começo.

Por isso, a MIT Technology Review (revista pertencente ao Massachusetts Institute of Technology, uma das mais respeitadas faculdades de engenharia e centros de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias do mundo) listou as dez piores tecnologias inventadas no século XXI. Apesar de resultados meio controversos — pelo menos uma das tecnologias citadas na lista foi, na verdade, inventada no século XX — e alguns até fruto de puro preconceito, é curioso ver o que a revista considera como as piores invenções do século atual.

Segway

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Revelado ao público em dezembro de 2001, a ideia do criador do Segway era revolucionar o modo como as pessoas se locomoviam na cidade, pois ele esperava que as pessoas trocassem o uso de carros e motos por esses veículos elétricos muito mais silenciosos e menos poluentes. Isso, logicamente, não ocorreu, e hoje esses equipamentos só são vistos sendo utilizados por seguranças de shopping centers e crianças de condomínios ricos, que cada vez mais usam o aparelho ao invés de bicicletas para se locomover pelo bairro.

Google Glass

Quando a Google lançou seus óculos de realidade aumentada, a empresa esperava, mais uma vez, revolucionar o modo como as pessoas interagiam com o mundo. Afinal, o aparelho permitia acessar informações das redes sociais de alguém que você acabou de conhecer na rua, pesquisar por restaurantes ou pontos turísticos nas redondezas, e traçar rotas sem precisar tirar o celular do bolso, ou até mesmo saber sobre os escritórios que existem dentro de um prédio comercial.

No entanto, o alto preço e a capacidade de acessar rapidamente informações da internet acabou gerando no público a impressão de que o Google Glass era um equipamento elitista e invasivo, e a invenção acabou abandonada pela empresa sem ao menos se tornar popular. Outro motivo pelo qual o Glass foi rejeitado foi a obviedade de se tratar de um gadget — pouca gente achou legal a ideia de deixar explícito, "na cara", que os óculos eram "inteligentes". Alvo fácil para furtos, por sinal.

Urna eletrônica

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A inclusão da urna eletrônica mostra como os pesquisadores do MIT estavam mais preocupados em apontar coisas que consideram “estranhas” do que realmente pesquisar sobre as tecnologias. Primeiro porque a urna eletrônica não é uma invenção do século XXI, mas do século XX, já que no Brasil (país que inventou o dispositivo) ela já é usada desde as eleições de 1996. Além disso, eles ainda citam a invenção como algo que “não resolve problemas reais” e que não cria um “rastro” que permite auditar os votos.

Isso é simplesmente ignorar todos os dados do uso do dispositivo no Brasil, já que a urna tornou não só a contagem de votos muito mais rápida (enquanto no Brasil nós sabemos no mesmo dia o resultado de uma eleição, em países que ainda utilizam a cédula de papel, como ainda ocorre nos Estados Unidos, demora-se cerca de uma semana até se ter o resultado final de uma votação para presidente — ou até mais de um mês, caso seja necessária a recontagem dos votos) como ainda permite, sim, auditorias, pois cada urna possui um arquivo de todos os votos colocados nela (apenas os votos, sem fazer ligações com o eleitor que os inseriu para garantir o sigilo), o que permite auditar se os resultados apurados são mesmo corretos.

A revista ainda cita o perigo de se hackear a urna eletrônica mas, até o momento no Brasil, são raros os casos de urnas que tenham sido adulteradas (e essas foram facilmente descobertas durante a contagem dos votos e retiradas da eleição), enquanto fraudes durante o período de voto em papel eram bem mais comuns e corriqueiras. Mas, como ainda há uma ressalva por diversos países para adotar o sistema, a revista o classificou como uma das piores invenções do “século XXI”.

One Laptop per Child

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Fundado em 2005 na cidade de Miami, o projeto One Laptop per Child tinha como objetivo o desenvolvimento de notebooks de baixo custo custeado pelos governos de cada país para que cada criança do mundo tivesse seu próprio laptop, introduzindo-as assim ao mundo da informática e à internet.

O projeto, que na época da fundação foi financiado por gigantes como AMD, eBay, Google, Marvell, Red Hat e Quanta, acabou se tornando obsoleto pelo próprio avanço da tecnologia, já que o advento dos smartphones tornou redundante a necessidade de um computador para se ter acesso à internet.

Bebês geneticamente modificados

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Não precisamos ser ingênuos aqui: todos sabemos que a modificação de genes humanos é algo que será amplamente usado no futuro para se curar ou prevenir o surgimento de doenças como câncer e diabetes. Mas faz pouquíssimo tempo que conseguimos mapear o genoma humano, e não sabemos o suficiente sobre ele para fazer alterações no código genético com a absoluta certeza de que isso não acarretará problemas futuros.

Por isso, a criação de dois (podendo existir até mesmo um terceiro) bebês com os genes modificados pelo cientista chinês Jiankui He, que nasceram em novembro de 2018, é considerado pela revista MIT Technology Review como uma das piores tecnologias deste século, pois o experimento ignorou todas as regras da ética científica e utilizou bebês como cobaias sem saber o quanto essas modificações podem influenciar no desenvolvimento e na vida deles.

Tráfico de dados

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A internet não só talvez tenha sido a maior invenção do século XX, como é bem provável que ela esteja no top 10 das maiores invenções de todos os tempos. Assim como o fogo e a roda, ela mudou completamente o modo como vivemos, nos relacionamos, trabalhamos e nos divertimos, e hoje é simplesmente impossível se pensar em um mundo onde ela não exista. Mas, assim como qualquer revolução, a existência da internet criou alguns problemas que não existiam antes, e talvez o maior deles seja o tráfico de dados de seus usuários.

Sem o conhecimento ou mesmo consentimento de seus usuários, as empresa compartilham entre si dados de suas bases de clientes, procurando tendências de consumo e tentando descobrir nossos próximos passos antes mesmo que saibamos o que queremos, e todo esse tráfico e análise de dados que acontece na surdina é considerado pela revista como uma das piores criações da tecnologia no século XXI.

Criptomoedas

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Desde que o Bitcoin foi criado em 2009, as criptomoedas se tornaram a “realidade utópica” de economistas que desejavam uma moeda que não estivesse ligada a nenhum banco ou governo, sendo geridas por um sistema completamente descentralizado.

Mas as mesmas coisas que garantem que as criptomoedas sejam o “sonho molhado” de qualquer economista liberal também são alguns de seus maiores defeitos: por não estarem atreladas a nenhum governo de estado, essas moedas são suscetíveis a grandes variações, que podem fazer no mesmo dia o dono delas dobrar de patrimônio e, logo depois, perder todo o dinheiro investido. Além disso, a natureza descentralizada as tornam uma moeda perfeita para a lavagem de dinheiro por organizações criminosas, e é por isso que, apesar de revolucionar o sistema financeiro, ela foi considerada uma das piores invenções do século XXI.

Cigarros eletrônicos

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Apesar de ter sido criado com a intenção de ajudar os fumantes a largarem o vício (pois com o aparelho é possível simular o ato de fumar sem a presença de elementos tóxicos), a invenção tem tido o efeito reverso: fazendo enorme sucesso entre jovens e adolescentes, os cigarros eletrônicos têm sido a porta de entrada para o vício em cigarros reais, e a popularização do dispositivo tem relação direta com o aumento do vício em cigarros entre os mais jovens. Por isso, os cigarros eletrônicos também foram considerados como uma das piores invenções do século XXI.

Cápsulas de café em plástico

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As cápsulas de café são uma das melhores invenções do mundo para os amantes da bebida que priorizam a praticidade: você pode carregar várias de suas cápsulas preferidas na bolsa e, sempre que quiser tomar um cafezinho diferente, é só colocar a cápsula na máquina do trabalho, por exemplo,, aguardar alguns minutos e saborear seu café gourmet. Mas sabe quem não gostou muito desta novidade? O meio ambiente.

Ainda que práticas, as cápsulas de café em plástico geram toneladas e toneladas de lixo todos os anos, e com um agravante: apesar de serem plásticos, o composto usado nas cápsulas não pode ser reciclado. Assim, a facilidade do café gourmet está ajudando a aumentar ainda mais a quantidade de resíduos no mundo, e a matar ainda mais rapidamente o nosso planeta — e, por isso, entrou para a lista das dez piores tecnologias do século XXI.

Pau de selfie

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Ao colocar o pau de selfie entre as dez piores invenções do século XXI, os pesquisadores da MIT Technology Review se recusaram a fazer comentários, como se fosse muito claro e lógico o motivo de a invenção ter entrado para a lista. Quer dizer, o pau de selfie é um negócio muito brega? É. Ele te deixa com cara de uma pessoa meio pervertida quando sai andando pela rua segurando aquele negócio na altura da cintura, formando uma cena meio fálica? Deixa. Mas não dá pra negar que o pau de selfie acabou com a necessidade de sempre se ter um amigo alto ou com braços grandes na hora de tirar fotos com a galera, democratizando o ato da selfie para qualquer pessoa, independente de altura, envergadura ou habilidades de contorcionismo motor.

Assim, mesmo que o pau de selfie possa ser uma das piores invenções do século XXI, precisamos nos curvar à revolução que ele causou no mundo da fotografia de férias, dos churrascos de família e das saidinhas de final de semana.

Fonte: MIT technology Review