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Mineração de Bitcoin ficou ainda mais insustentável após restrições da China

Por| Editado por Claudio Yuge | 02 de Março de 2022 às 20h26

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Reprodução/T3N
Reprodução/T3N

A mineração de Bitcoin está cada vez menos sustentável. Tudo porque, desde que os mineradores saíram da China após serem expulsos pelo governo local, carvão e gás têm sido mais usados como fonte de energia — em vez de energia hidrelétrica, abundante no país asiático.

As conclusões são de um estudo de Alex de Vries, que aponta que a Bitcoin é problemática para os esforços mundiais para eliminar a poluição de combustíveis fósseis. A proibição da mineração não parece muito eficiente para reduzir as emissões, porque os mineradores encontram energia suja barata em outros locais.

A pesquisa foi publicada na revista Joule. De Vries estima que a pegada de carbono do Bitcoin é comparável à da República Tcheca. A criptomoeda produz muitas emissões de gases de efeito estufa porque o processo de mineração é superenergético.

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Afinal, os mineradores têm de resolver equações cada vez mais complexas para confirmar as transações no blockchain do Bitcoin e receber moedas como recompensa. O hardware para essa atividade consome muita eletricidade — e ainda contribui para o lixo eletrônico no mundo.

Até 2021, a China abrigava mais de 70% das operações de mineração de Bitcoin do mundo. Durante as estações chuvosas, eles aproveitavam o excesso de energia hidrelétrica em Sichuan e Yunnan. Na estação seca, eles se mudavam para Xinjiang e Mongólia Interior e usavam eletricidade de usinas a carvão. Acabaram expulsos do país em razão das preocupações ambientais.

Centros de mineração de Bitcoin

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Atualmente, EUA e Cazaquistão são os maiores centros de mineração da criptomoeda. O Cazaquistão hospeda cerca de 18% da mineração de Bitcoin do mundo. Os EUA, por sua vez, acolhem mais de um terço dessa produção.

Enquanto o Cazaquistão depende principalmente do carvão duro, que aquece mais o planeta do que outros tipos de carvão, os EUA usam gás e carvão — tanto que a quantidade de gás natural usada na mineração de Bitcoin praticamente dobrou — de 15% para 30% — depois que os mineradores deixaram a China. Já o uso de fontes renováveis de eletricidade caiu significativamente: de 42% em 2020 para 25% em agosto de 2021.

Estimativas anteriores de quanto os mineradores de Bitcoin dependem de energia renovável variavam de 40% a 70% — já que eles buscavam fontes de energia mais baratas. De Vries usa emissões médias do mix de eletricidade onde os mineradores se instalam como base para o estudo.

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Esse método, porém, não captura o impacto total das empresas de mineração que compraram usinas de energia a gás, carvão e cinzas de carvão. Segundo o pesquisador, isso revive e prolonga a vida de usinas de combustível fóssil envelhecido que deveriam ser desativadas para atender às metas climáticas globais.

Fonte: The Verge