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Trabalhar remotamente prejudica criatividade, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Maio de 2022 às 10h30

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ThisIsEngineering/Pexels
ThisIsEngineering/Pexels

Muitos trabalhadores estão ou estiveram trabalhando de casa por longos períodos durante a pandemia de covid-19. Muitos deles provavelmente continuarão — e querem continuar — nesse regime de trabalho mesmo após o fim das restrições, segundo alguns estudos e pesquisas de opinião.

Uma pesquisa recente feita nos Estados Unidos, no entanto, buscou entender a diferença de desempenho entre os funcionários que trabalharam presencialmente e os que trabalham remotamente, demonstrando que quem vai até o trabalho tem vantagens em determinadas áreas, principalmente as relacionadas à criatividade. O estudo foi publicado na revista científica Nature.

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Estudando o trabalho

Segundo os pesquisadores, equipes trabalhando remotamente têm ideias criativas menos bem sucedidas do que equipes trabalhando presencialmente, mas a diferença é ínfima no momento de selecionar em quais ideias vale a pena investir. O estudo envolveu 602 participantes, divididos em pares. Metade deles estava se comunicando através de uma videoconferência, e o resto estava cara a cara.

Os participantes tiveram de apresentar ideias para novos usos de produtos como frisbees e plástico-bolha, e então, cinco minutos depois, ganharam um minuto para escolher a melhor das ideias apresentadas. Todas as ideias foram levadas a um time de juízes independentes, que os avaliaram pela criatividade e praticabilidade das ideias.

As equipes remotas geraram um número maior e mais variado de ideias do que as presenciais, segundo os pesquisadores, mas ao comparar a habilidade de selecionar as melhores ideias — medida ao comparar as avaliações de criatividade e praticabilidade das ideias escolhidas com as escolhidas pelos juízes —, houve pouca diferença entre os grupos.

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Originalmente, o estudo foi feito em campi estadunidenses, com a maioria dos participantes jovens e do sexo feminino, mas para eliminar vieses, eles foram replicados em 1.490 engenheiros trabalhando para empresas internacionais de infraestrutura de telecomunicação, vindo de cinco países da Europa, Oriente Médio e Ásia. Desta vez, foi pedido que os participantes pensassem em ideias para produtos das empresas para as quais trabalhavam ao invés de produtos hipotéticos, replicando melhor o cenário de trabalho.

Através de vários métodos, como análises linguísticas e acompanhamento do olhar, além da habilidade dos participantes de lembrar de objetos vistos no ambiente de testes, os cientistas descobriram que as pessoas trabalhando presencialmente olhavam ao redor da sala e falavam ao mesmo tempo mais vezes do que as que trabalharam remotamente — estas últimas falavam em turnos e mantinham os olhos na tela. Estas atitudes tiveram uma correlação negativa com a geração de ideias.

Diminuir o campo visual pode acabar estreitando o foco cognitivo geral também, fazendo com que seja mais difícil ter ideias novas, criativas ou fora da caixa. Focar em uma tela e filtrar estímulos periféricos ajuda no foco, mas a criatividade é beneficiada pelo pensamento mais desfocado, segundo os cientistas. Uma possível solução seria, sugerem especialistas, tirar intervalos para tirar o olho da tela durante videochamadas.

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Fonte: Nature