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Teorias da conspiração surgem pela "necessidade do caos"

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Agosto de 2023 às 18h20

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halfpoint/envato
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O que leva alguém a acreditar em teorias da conspiração? Essa foi a questão que moveu um estudo publicado na revista Research and Politics no início deste mês de agosto. A conclusão dos pesquisadores envolvidos é que essas teorias surgem a partir da “necessidade do caos”, ou seja: o desejo de desafiar e perturbar o sistema político.

Os pesquisadores estavam interessados ​​em três formas de motivação que podem levar outros a perpetuar teorias da conspiração: a motivação compartilhada (que envolve reforçar as crenças em grupo), soar o alarme (a intenção de gerar ação coletiva contra um grupo político externo que se presume estar vencendo) e a necessidade do caos, cuja proposta é motivar outros contra um sistema político.

“Enquanto a motivação compartilhada é mais focada internamente e depende da crença, soar o alarme é mais focado externamente em derrotar um grupo externo e pode operar independentemente da crença da teoria”, escrevem os autores. "O motivo para compartilhar uma teoria da conspiração é fazer 'o circo pegar fogo', independentemente de qual partido está no poder e acredita na teoria”, acrescentam.

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A equipe entrevistou 3.336 pessoas, e para medir essa motivação compartilhada, avaliou a crença em teorias da conspiração específicas e a vontade de compartilhar com outras pessoas. Esse ímpeto foi então relacionado com a identidade partidária da pessoa.

Para abordar a motivação de “soar o alarme”, os pesquisadores perguntaram aos participantes se consideravam o seu partido político como “vencedor” ou “perdedor” com mais frequência em questões importantes. Isso ajudou os pesquisadores a avaliar como a sensação de estar do lado perdedor pode influenciar o desejo de compartilhar teorias da conspiração.

O que leva uma pessoa a compartilhar teorias da conspiração?

A necessidade de caos foi explorada através de uma escala estabelecida de oito itens que media o desejo do participante de perturbação extrema da ordem. O objetivo foi avaliar se aqueles que obtiveram pontuações elevadas eram mais propensos a compartilhar teorias da conspiração.

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Os resultados mostram que aqueles que acreditam numa determinada teoria da conspiração têm maior probabilidade de compartilhá-las online, o que faz sentido. No entanto, também descobriram que a necessidade do caos estava associada a essa vontade de compartilhar.

Conforme sugere a equipe, aqueles com grande necessidade de caos eram mais propensos a compartilhar todas as teorias mencionadas na entrevista.

“Descobrimos que, embora a necessidade do caos tenha tido efeitos menores no compartilhamento em comparação com a crença, teve consistentemente maiores efeitos em comparação com o partidarismo e a ideologia, indicando motivação para desafiar o todo o sistema político, e não rivais partidários/ideológicos", concluem os pesquisadores.

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Psicopatas tendem a acreditar em teorias da conspiração

Segundo um estudo da Universidade de Oregon (EUA), psicopatas são mais propensos a acreditar em teorias da conspiração. O grupo de cientistas recrutou 500 universitários para responder uma pesquisa sobre as características e as crenças.

“A maioria das pessoas pensa que as pessoas que acreditam em teorias da conspiração são malucas. Senti que havia mais coisas acontecendo. Algumas pessoas queriam se conectar socialmente com outras. Um pequeno subconjunto queria tirar vantagem dos outros", afirmou a equipe do estudo, na época.

Fonte: Research and Politics