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Mulheres que falam de ciência no YouTube são mais atacadas pelos haters

Por| 18 de Julho de 2018 às 08h28

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The Brain Scoop
The Brain Scoop

A pesquisadora australiana de comunicação científica, Inoaka Amarasekara, decidiu fazer sua tese de mestrado analisando como é o impacto dos comentários negativos que mulheres recebem ao abordar ciência por aí. Ela analisou mais de 23 mil mensagens recebidas por youtubers e concluiu que os homens que abordam os mesmos temas recebem menos mensagens hostis do que as mulheres.

De acordo com o estudo, mulheres que possuem canais na plataforma de vídeo abordando temas que fazem parte do STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) recebem uma quantidade maior de comentários, curtidas e seguidores; contudo, 14% dessas mensagens são maldosas, contra cerca de 6% para os homens.

Entre os comentários de ódio recebidos por elas, 4,5% dizem respeito à sua aparência física, enquanto os homens que mantêm canais científicos no YouTube recebem apenas 1,4% desse tipo de comentário infeliz. Comentários como "volte para a cozinha e me faça um sanduíche", ou sobre os seios das apresentadoras são comuns, por sinal.

Amarasekara, quando listou 370 dos canais mais populares de ciência no YouTube, descobriu que apenas 32 deles eram apresentados por mulheres — número este que não é suficiente para uma amostra significativa a fim de um estudo embasado. Então, ela decidiu acrescentar mais 21 canais para chegar a um número suficiente e, em suas conclusões, imagina que um dos motivos pelos quais há um número muito maior de youtubers homens falando de ciência é justamente o excesso de ofensas gratuitas que as mulheres recebem ao "dar a cara para bater".

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Agora, a pesquisadora espera que seu estudo abra portas para outras pesquisas ainda mais aprofundadas, considerando outros fatores que podem impactar na quantidade de mensagens de ódio recebidas, como, por exemplo, etnia e orientação sexual.

Fonte: The New York Times