Estudo mostra que adolescentes preferem enviar mensagens a conversar cara a cara
Por Carlos Dias Ferreira |
Há uma geração de ciborgues comunicacionais em ascensão? Com algum exagero cômico, talvez seja por aí mesmo. De acordo com uma pesquisa conduzida pela organização sem fins lucrativos Common Sense, a maioria dos adolescentes de hoje prefere interagir com outras pessoas via mensagens de texto em vez do bom e velho teti-a-teti.
Intitulado Social Media, Social Life: Teens Reveal Their Experiences, o estudo entrevistou adolescentes entre 13 e 17 anos e descobriu que apenas 32% deles preferem conversar pessoalmente. Em 2012, essa proporção era de 49%. Além disso, 35% dos entrevistados disseram já ter sofrido assédio virtual (cyberbullying); em 2012, apenas 5% admitiram o assédio.
“Deixe-me usar o celular, mas não faça o mesmo!”
No que parece ser um dado contraditório, embora 54% dos adolescentes tenham reconhecido que não conseguem largar o celular (ou aparelho afim) durante uma reunião social, 44% deles disseram que se sentem incomodados quando outras pessoas fazem o mesmo. A pesquisadora Vicky Rideout, uma das responsáveis pelo texto, tem uma aposta para a questão:
“Eu me pergunto se nós estamos no início um loop baseado em feedback negativo segundo o qual não conseguimos mais ficar sem nossos aparelhos quando estamos com outras pessoas, e ficamos contrariados com os outros quando estão conosco e se distraem com seus próprios aparelhos – de maneira que, dali em diante, não queiramos mais nos encontrar pessoalmente, já que é mais fácil simplesmente interagir por meio dos nossos dispositivos.”
De volta a uma época sem “mídias sociais”
O estudo também levantou que 33% dos adolescentes gostariam que seus pais passassem menos tempo ao celular; em 2012, eram 21%. Ademais, mais de dois terços dos entrevistados disseram acreditar que as mídias sociais trazem malefícios para pessoas dessa idade. De fato, 40% deles disseram que “às vezes gostariam de voltar no tempo, quando não existia essa coisa chamada de ‘mídia social’”.
Fonte: Common Sense Media