Conheça as tendências de GovTech para 2022
Por Leticia Piccolotto Ferreira |
A transformação digital tem nos apoiado a enfrentar muitos desafios, principalmente, no serviço público. Essa não é uma constatação só minha, mas de muitos outros especialistas que acompanham a série de soluções tecnológicas que estão desburocratizando os serviços oferecidos pelo governo.
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É claro que ainda não estamos em um mundo ideal, mas os avanços alcançados nos últimos dois anos são evidentes. E em 2022, o ecossistema GovTech deve amadurecer ainda mais.
As reflexões que compartilho aqui têm como base o trabalho do Institute for the Future (IFTF), uma organização que há mais de 50 anos trabalha com a agenda de foresight, ou prospecção de futuros, e que, no ano passado, compartilhou os principais insights para 2022. Combinados à minha experiência junto às startups que atuam com o setor público, essas são algumas tendências para o ecossistema GovTech no ano.
A primeira delas está relacionada à transição de um governo centralizado para uma governança distribuída. O setor público seguirá sendo um ator fundamental, mas precisará reconhecer a participação de outras pessoas, instituições e setores na construção de políticas públicas. Esse movimento ficou evidente durante a pandemia, quando organizações de base se mobilizaram para garantir serviços e atendimento a quem estivesse sendo diretamente impactado pela pandemia. Esses atores ganharam expertise e, principalmente, confiança da população.
Tudo isso impactará no futuro do trabalho e como os serviços públicos serão concebidos e oferecidos aos cidadãos. A previsão é que em 2022, a digitalização seja intensa e, com ela, surjam diferentes desafios e demandas para pessoas e instituições.
Nesse ponto, as novas tecnologias terão papel fundamental. Muitas delas ainda são uma novidade para nós, como o metaverso, um ambiente virtual que combina de forma inédita o mundo físico ao digital. Imagine as infinitas possibilidades que surgem com isso: diferentes profissionais — de saúde a engenharia —podem trabalhar simultaneamente em projetos digitais que, ao final, serão implementados no mundo físico; avanços na comunicação entre órgãos públicos e cidadãos; além das múltiplas possibilidades de aprendizado e desenvolvimento de habilidades.
Já a inteligência artificial, que é uma realidade em vários setores, inclusive no governo, deve seguir como uma tendência em 2022. Com isso, fica cada vez mais evidente a importância de enfrentar os desafios que dela surgem: vieses, falta de transparência e a exclusão de determinados usuários de sua produção e utilização. Precisamos avançar com essa tecnologia, mas com ética, transparência e segurança.
E por falar em segurança, a cibersegurança segue como um tema fundamental. Em 2022, precisaremos investir em tecnologias que transformem o ambiente virtual em um espaço mais seguro, especialmente considerando o contexto de eleições que se aproxima e será marcado por uma crise econômica social e também pela polarização política em ascensão.
Temos muito trabalho pela frente e a tecnologia se consolidará, cada vez mais, como um elemento presente e essencial em nossas vidas. O mesmo acontecerá no setor público: o ecossistema GovTech estará mais maduro do que nunca.