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A chance que todos merecem – e precisam!

Por| 06 de Setembro de 2023 às 10h00

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Liza Summer
Liza Summer

A capacidade de viver em sociedade é uma das características mais fascinantes do ser humano. Seja em núcleos familiares, seja fora deles, é interessante perceber que a tendência natural de procurar o contato com outras pessoas sempre existiu, como se fosse um impulso nato. E esse senso de união, diga-se de passagem, é um dos pilares da nossa evolução enquanto espécie, algo que com certeza foi aprimorado ao longo do tempo por múltiplas formas de comunicação. Ah, a boa e velha comunicação!

Historicamente, no entanto, é quando precisamos expandir a distância dessa comunicação que nos deparamos com alguns desafios – e, claro, com a necessidade de superá-los. Pensem na mão-de-obra que era há dezenas de séculos se comunicar com quem estivesse distante, mesmo que a poucos quilômetros...

Mensageiros a pé e pombos-correio foram os pontapés iniciais para driblar as barreiras físicas... Serviços postais, código-morse e telefone vieram em seguida, iniciando nossa jornada de inovação que, por fim – será? –, levou à criação da internet. Pois é, nada é páreo para a vontade do ser humano de ouvir e de ser ouvido.

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Não apenas de ouvir e ser ouvido, mas de desenvolver habilidades, aprimorar conhecimentos e promover impactos, mesmo que para além de onde os olhos podem alcançar. Tanto é que hoje nunca estivemos tão conectados. No Brasil, por exemplo, o mais recente estudo da Kepios mostra que 84% da população já conta com acesso à internet. E mais: o número de usuários de internet no país aumentou 78% nos últimos dez anos, passando de 101 milhões para 181 milhões entre 2013 e 2023.

Você deve estar se perguntando: e como ficam os 16% que ainda não têm internet? Eu também me pergunto. Vejo a exclusão digital como um motivo para fortes preocupações, mas que também nos impulsiona, como executivos do setor, a acelerar ainda mais o processo de incluir todos nesse universo tão cheio de oportunidades. Aliás, embora 16% possa não parecer uma quantidade expressiva para muitos, fazendo a conversão para o número real de pessoas, essa parcela se torna enorme – aproximadamente 33 milhões.

Nem preciso dizer que a conectividade tem um significado que vai muito além da mera transmissão de informações, não é mesmo? De qualquer forma, para reforçar esse ponto, coloco aqui um recorte que mostra como ela é poderosa e transformadora para o mercado de trabalho e até para o PIB global.

Segundo um estudo realizado pela PwC Brasil em parceria com o Instituto Locomotiva, profissões que representavam 15,4% da força de trabalho tradicional em todo o mundo vão ser reduzidas para 9% até 2025 por conta das inovações e do conhecimento tecnológico que serão exigidos dos profissionais.

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E as dificuldades para encontrar trabalho hoje em dia é outro ponto de destaque da pesquisa. Entre os entrevistados, 76% responderam que, sem internet, é muito difícil se candidatar a uma vaga. Já para 73%, aqueles que não sabem usar a internet não têm chances de conseguir uma boa colocação no mercado. Grave, não?

Em pesquisa para o Fórum Econômico Mundial, a própria PwC mostrou que o investimento acelerado na qualificação digital dos trabalhadores pode acrescentar US$ 6,5 trilhões ao PIB global até 2030 e promover 5,3 milhões de empregos. Trazendo para nossa realidade, segundo o mesmo levantamento, os países da América Latina estão entre aqueles que mais poderiam se beneficiar, com aumento médio de 7,7% no PIB da região.

É por isso que defendo e sempre defendi a difusão do uso de tecnologias em todas as camadas da sociedade. Isso é sinônimo de impacto positivo, e todos merecem essa chance. Somos privilegiados por termos os poderes da conectividade em nossas mãos e, agora, chegou a hora de nos movimentarmos para proporcionar o acesso a oportunidades também por aqueles menos favorecidos.

Doar para ONGs os dispositivos eletrônicos que você não usa e até mesmo promover a reciclagem deles são boas maneiras de se iniciar nessa jornada. Para quem já tem mais conhecimento, atuar em programas de mentoria ou dar aulas de tecnologia em projetos sociais são outras alternativas interessantes. Pense em como fazer a diferença. Essa é minha missão, esse tem sido meu trabalho. E você, como está trabalhando para isso?

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Leandro Gaunszer é diretor geral da Viasat Brasil.