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Por que o cinema de terror clássico italiano se chama giallo?

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Divulgação/Cineriz
Divulgação/Cineriz

Termo até hoje utilizado na indústria cinematográfica, giallo (que também significa “amarelo” em italiano), é uma expressão usada para referir-se a certos tipos de filmes lançados na Itália a partir dos anos 1960.

Com tramas que misturam suspense, mistério e crime, esses longa-metragens, que encontraram seu auge nos anos 1970 e tornaram-se clássicos do audiovisual, representam um subgênero do terror com influência slasher.

Difundido por cineastas como Mario Bava, Dario Argento e Lucio Fulci, os filmes giallo retratam quase sempre um serial killer cuja identidade é desconhecida do público – com exceção de detalhes de suas mãos e figurino –, e um detetive que investiga seus crimes, na maioria das vezes cometidos contra mulheres perseguidas antes do homicídio.

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Sem medo de utilizar de violência gráfica e nudismo, os títulos giallo ficaram especialmente famosos por representarem uma espécie de thriller policial mais “requintado” e erótico, que combina elementos do cinema noir com cores saturadas e iluminações dramática.

Além disso, muitos de seus longas conseguiram subverter a expectativa do telespectador ao mostrarem os ator criminosos sendo cometidos pelo ponto de vista do próprio assassino. Uma estética bastante macabra e voyeurista, que mais do que retratar com fidelidade uma história ou investigação nua e crua, busca na verdade causar sensações diversas (desde as ruins até as mais prazerosas) em sua audiência.

Mas de onde vem o termo giallo?

Esses filmes italianos, que conseguiram especial sucesso com obras como Seis Mulheres para o Assassino (1964), O Pássaro das Plumas de Cristal (1970) e Prelúdio Para Matar (1975) – todos títulos de enorme influência até hoje na produção audiovisual italiana – receberam o nome giallo logo que começam a se popularizar.

O termo, inclusive, não foi batizado à toa, tendo uma relação direta com a série de romances policiais Il Giallo Mondadori, publicados desde 1929 na Itália e que, semanalmente, levavam para o público histórias de investigação, serial killers, crimes brutais e muito mistério.

Impressos sempre com uma capa de fundo amarelo (daí a palavra “giallo” do nome da coleção), os livros foram rapidamente associados ao tipo de cinema que vinha ganhando força no país e que, organicamente, começam a ser chamados de “filmes giallo” pela própria indústria e pelo público.

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Hoje reconhecidos não apenas no cinema europeu, mas também em outras partes do mundo, os filmes do gênero diminuíram muito sua produção ainda no final dos anos 1970, embora nunca tenham parado totalmente de fato.

Prova disso é que ainda hoje é possível encontrar alguns longa-metragens do estilo, que conseguiram preservar suas características primordiais mesmo em tramas modernas.

Um dos exemplos mais recentes e notórios é o do filme Giallo - Reféns do Medo, longa-metragem coescrito e dirigido por Dario Argento em 2009, que conta com Adrien Brody (O Brutalista), Emmanuelle Seigner (O Último Portal) e Elsa Pataky (Furiosa: Uma Saga Mad Max) no elenco.