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Festival de Ação Japonês começa com exibição de Bungou Stray Dogs: Dead Apple

Por| 03 de Setembro de 2018 às 12h43

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Festival de Ação Japonês começa com exibição de Bungou Stray Dogs: Dead Apple
Festival de Ação Japonês começa com exibição de Bungou Stray Dogs: Dead Apple

Com exibições em 33 salas de cinema pelo Brasil, o Festival de Ação Japonês teve início há duas semanas, mais especificamente no dia 25 de agosto, pela rede Cineflix de cinemas. A abertura do festival se repetiu duas vezes: na rede Cinépolis, no dia 29 de agosto, e na rede Espaço Itaú de Cinema, na última sexta-feira (31).

As produções a serem exibidas foram anunciadas no mês de julho, durante o Anime Friends 2018. O Festival conta com o apoio de divulgação da Aliança Cultural Brasil-Japão e tem organização e curadoria da Sato Company, empresa que é referência em filmes, séries e desenhos animados no mercado brasileiro.

Bungou Stray Dogs: Dead Apple, inédito nos cinemas, foi exibido legendado em parceria com o Crunchyroll, serviço de streaming especializado em animes. Vale ressaltar, também, que as sessões acontecem de forma única e exclusiva.

Mas vamos falar sobre a inédita animação da estreia...

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Bungou Stray Dogs: Dead Apple

Muito se debate sobre adaptações. Quando se mexe no vespeiro que é um meio repleto de fãs unidos em torno de uma obra original, o cuidado precisa ser muito maior. Recentemente, por exemplo, o filme live-action adaptado de Death Note para a Netflix foi achincalhado por uma maioria (foi o seu caso?). Consciente da areia movediça na qual pisaria, a produção de Bungou Stray Dogs: Dead Apple parece ter compreendido o essencial de uma boa adaptação: o público precisa entender a obra por mais que jamais tenha entrado em contato com aquilo que a originou. E, para manter o paralelo, não foi esse o problema do live-action de Death Note (se é que há problemas tão sérios nele).

O que de fato Bungou Stray Dogs: Dead Apple faz é utilizar de uma ferramenta de roteiro bem didática, explicativa, já em sua introdução, o que insere até mesmo os espectadores pouco afeiçoados ao gênero em sua história. Ali, nesse início, são apresentadas a dualidade entre Máfia e Agência de Detetives Armados e o conflito central de tudo o que virá. Não há enrolação: fica tudo em panos limpos e mais do que pronto para o desenvolvimento da trama.

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Cheio de elementos fantásticos (no sentido de fantasiosos), o filme segue uma linha simples e que nunca se importa em guardar possíveis surpresas. Seja a identidade de Tatsuhiko Shibusawa, o Colecionador, como criminoso – o que, aqui, não chega a ser um spoiler por ser revelado rapidamente e não afetar o primeiro contato com a obra –, seja o motivo das mortes e o simbolismo bíblico da maçã “envenenada” (também utilizado na primeira animação da história do cinema, Branca de Neves e os Sete Anões – essa literalmente envenenada). Eis a Dead Apple, que pode ser traduzida como Maçã da Morte – talvez seja melhor do que Maçã Morta (sua tradução literal).

O discurso mais valioso de Bungou Stray Dogs: Dead Apple, que constrói toda uma rede de questões sobre o controle de poder, é seu ponto mais frágil por acabar não sendo aprofundado de fato. Ao não aproveitar a metáfora do quanto o mundo tem sido dominado por poderosos sem qualquer escrúpulo sem que seus poderes sejam seus demônios (são todos muito bem aliados a esses poderes inclusive), a animação acaba se entregando a uma espécie de desserviço social. Por outro lado, trata-se de uma obra japonesa, de onde a honra e a moralidade são costumes naturais e não atitudes dignas de aplausos. Dessa forma, a animação deve funcionar ainda melhor em seu caráter externo para o público japonês.

Ainda, há diversas referências literárias que funcionam como caprichos bem interessantes, mas caprichos que não têm problema algum se passarem despercebidos. São cerejas de um ótimo bolo. Nessa perspectiva, perceber, por exemplo, que o nome de um personagem é Fiódor (Dostoiévski) e que ele tem um poder chamado Crime e Castigo (livro do autor russo) faz o sorriso de qualquer amante da literatura se abrir. O próprio nome Tatsuhiko Shibusawa (o nome do Colecionador) era o pseudônimo de Shibusawa Tatsuo, um romancista, crítico de arte e tradutor de literatura francesa ativa durante o período Shōwa no Japão.

Bungou Stray Dogs: Dead Apple foi uma ótima escolha para a abertura do Festival de Ação Japonês. Leve, com algumas críticas pontuais – como o momento em que uma representante bretã diz do seu prazer de atear fogo em um país – e com ótimas cenas de batalhas, a animação é um entretenimento acima da média e merece uma visita.

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O que vem por aí?

Dando sequência ao Festival, a Sato Company estará apresentando mais uma adaptação: Tokyo Ghoul. A obra, que é originalmente um mangá, tem uma série animada muito bem-conceituada (produzida em 2014), mas a versão que será exibida é a live-action (de 2017).

Quando?

  • Rede Espaço Itaú de Cinema: 15 de setembro às 17h30
  • Rede Cinépolis: 19 de setembro às 19h30
  • Rede Cineflix: 21 de setembro às 19h30