Ordem cronológica de Exterminador do Futuro: como assistir aos filmes
Por Claudio Yuge | •
Na trama inicial dos dois primeiros filmes da saga Exterminador do Futuro, lançados em 1984 e 1992, respectivamente, o dia 29 de agosto de 1997 ficou conhecido como O Dia do Julgamento. É nessa marca que os sistemas de rede de inteligência artificial Skynet passam a controlar as máquinas de forma consciente e autônoma em seus planos de extinguir a humanidade.
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No começo dos anos 1990 vivíamos uma época disruptiva sem as informações e formas de comunicação disponíveis atualmente, a exemplo do conteúdo que pode ser acessado na palma da sua mão e da facilidade com que temos atualmente quando precisamos entrar em contato e conversar com as pessoas.
O Muro de Berlim tinha caído, a Guerra Fria passou a ficar bem longe dos olhos públicos e as polaridades foram dissolvidas em núcleos difíceis de caracterizar e identificar. O acesso à informação era escasso, basicamente limitado às bibliotecas, jornais e revistas impressos. O conteúdo era basicamente controlado e distribuído aos continentes de acordo com os interesses dos governos, instituições religiosas, corporações e grandes conglomerados empresariais.
Lembre-se de que nesse período havia grandes expectativas, medo e ansiedade com relação à virada do século XX para XXI. Alguns grandes avanços tecnológicos, como clonagem de mamíferos, chegada da internet, entre outros desenvolvimentos, eram vistos com desconfiança e alarmismo. “O Fim do Mundo” estava próximo e todo mundo estava se adequando e otimizando todas as novidades para explorá-las melhor.
Ou seja, o contexto em que vivíamos oferecia o ambiente perfeito para trama apocalíptica e pessimista da franquia com Arnold Schwarzenegger. Embora outras produções já tivessem explorado os temas anteriormente, os filmes da série Terminator empacotaram a ficção científica antes de vista de forma muito simplória em algo mais pop — com direito ao sucesso arrebatador de You Could Be Mine, faixa dos Guns’n’Roses que era executada à exaustão em todas as rádios do mundo.
Desde então, a franquia cresceu para seis filmes, uma série de TV, web shows, videogames, quadrinhos e muito mais. As produções passaram por altos e baixos — mais baixos, para sermos sinceros —, e não uma definição clara sobre os próximos capítulos e mídias que manterão a trama de IAs malignas viva.
Terminator originalmente não foi pensado como franquia, e somente depois do sucesso explosivo do segundo longa é que a Orion Pictures decidiu explorar mais esse universo. Como James Cameron já tinha partido para outros projetos, a exemplo de True Lies e Titanic, as continuações se perderam em linhas temporais confusas e cheias de buracos de roteiro.
Então, estipular uma ordem cronológica para assistir à franquia ajuda bastante a compreender melhor a trama toda e suas conexões. Primeiro, vou apenas comentar rapidamente cada título, e depois alinhar em duas listas simples, uma de acordo com cronologia narrativa e a outra segundo a data de lançamento, ok? Vamos lá:
O Exterminador do Futuro (1984)
O começo da trama traz o icônico androide conhecido como Cyberdyne Systems Modelo 101, um modelo avançado de 2029 capaz de se passar por um humano nas ações mais básicas. Mas basta um olhar mais de perto para notar que não passa de uma máquina, no caso o T-800, chamado também de Exterminador do Futuro, interpretado por Arnold Schwarzenegger.
Sua missão é matar uma mulher chamada Sarah Connor (Linda Hamilton) em Los Angeles, e só falha por que a resistência humana também envia um soldado para o passado, no caso o humano Kyle Reese (Michael Biehn).
O roteiro sem firulas, o conceito que era inovador para a época no cinema, assim com as boas cenas de ação e algumas surpresas tornaram uma produção com orçamento enxuto de US$ 6 milhões em um sucesso massivo de quase US$ 80 milhões.
O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)
A Skynet não para de tentar mudar o passado para evitar intervenções de humanos em suas atividades, especialmente com modelos de Exterminadores do Futuro mais difíceis de abater ou enganar.
Desta vez, a Skynet envia o T-1000 (Robert Patrick), um Exterminador avançado feito de metal líquido quase indestrutível, para matar John Connor (Edward Furlong), o líder da resistência humana, quando ele era criança. E, assim como sua mãe, o menino recebe a ajuda de um androide, justamente o T-800 de Arnold Schwarzenegger, agora reprogramado para impedir o T-1000.
E aí é que o dia 29 de agosto de 1997 ficou realmente famoso, porque marcou o Dia do Julgamento das máquinas contra a humanidade.
Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)
A partir daqui, a coisa começa a ficar um pouco confusa. Assim como O Destino Sombrio, lançado 16 anos depois, este filme é uma sequência direta de Exterminador do Futuro 2. Dessa forma, é possível pular direto para o que foi lançado em 2019, que traz uma linha temporal divergente.
Rebelião das Máquinas acontece em 2004, em um mundo onde o Dia do Julgamento de 1997 nunca aconteceu, devido aos eventos do último filme. John Connor (Nick Stahl) tem vivido principalmente como um nômade após a morte de sua mãe, como uma forma de se esconder da ameaça sempre presente da Skynet.
Skynet mais uma vez envia um Exterminador, um T-X que muda de forma e é feito de metal líquido praticamente indestrutível (Kristanna Loken), de volta de 2032 para matar John, sua esposa Kate Brewster (Claire Danes) e seus aliados da resistência. E a Resistência também envia novamente outro T-800 reprogramado de Arnold Schwarzenegger para protegê-los.
Exterminador do Futuro: Salvação (2009)
Na conclusão de Exterminador do Futuro 3, John e Kate descobrem que Crystal Peak não era o núcleo da Skynet, e sim um abrigo nuclear que poderia culminar no Dia do Julgamento e a um ataque nuclear genocida com bilhões de vidas na conta ao redor do mundo. No único filme da franquia sem Arnold Schwarzenegger, a a cronologia avança para 2018, com uma caracterização mais madura de John Connor (Christian Bale), finalmente mostrando por que é um líder tão temido pelas máquinas a ponto de elas passarem esse tempo todo tentando impedir seu nascimento.
Eis que a trama desse episódio apresenta uma diferente forma de narrativa em comparação aos outros, com o anatagonista de Connor na forma de um rapaz condenado à morte em 2003, Marcus Wright (Sam Worthington).
Posteriormente, ficamos sabendo que ele foi convencido pela Cyberdyne Systems a doar seu corpo para a ciência, sem saber que se tornaria o primeiro híbrido humano-exterminador após sua morte.
Em 2018, Wright emerge da base destruída da Skynet depois que John e sua equipe a destroem, e a franquia se conecta com outros capítulos quando o enredo promove o encontro de John e Kyle Reese (Anton Yelchin).
Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)
Assim como O Destino Sombrio apagou tudo depois de Exterminador do Futuro 2, Gênesis é um novo começo que muda toda a linha temporal da franquia. A trama começa em 2029 com a Resistência se preparando para enviar Kyle Reese (Jai Courtney) de volta a 1984 para salvar Sarah Connor (Emilia Clarke) do T-800.
As coisas dão errado e ele acaba em uma linha do tempo alternativa que encontra Sarah Connor e um T-800 reprogramado (Arnold Schwarzenegger) conhecido como "Pops" trabalhando juntos. Acontece que um grupo desconhecido enviou este T-800 de volta a 1973 para proteger Sarah quando ela tinha nove anos depois que seus pais foram mortos por um dos T-1000 da Skynet (Lee Byung-hun).
Depois disso, a treta vai para na São Francisco de 2017, onde a Skynet é chamada de Gênesis e está pronta para atacar. Kyle, Sarah e Pops, então, aparecem para salvar o dia.
Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio (2019)
Este filme é, basicamente, um reboot, em uma linha do tempo onde Sarah Connor foi bem-sucedida contra a Skynet. Infelizmente, um T-800 do futuro que nunca aconteceu volta para matar John Connor em 1998.
A trama avança para 2020, quando a humanidade deixa de ser ameaçada pela Skynet e passa a ser atacada por outra IA chamada Legion. Um novo e avançado Exterminador conhecido como Rev-9 (Gabriel Luna) volta de 2042 a 2020 para matar Dani Ramos (Natalia Reyes). Felizmente para Dani, a Resistência envia de volta uma humana com melhorias chamada Grace (Mackenzie Davis) para protegê-la.
O filme marca os retornos da Sarah Connor de Linda Hamilton e do Exterminador de Arnold Schwarzenegger após 23 anos.
Ordem cronológica
Filmes em ordem de lançamento
- O Exterminador do Futuro (1984)
- O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)
- O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)
- O Exterminador do Futuro: A Salvação (2009)
- O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)
- O Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio (2019)
Linha do tempo a partir de Exterminador do Futuro
- O Exterminador do Futuro (1984)
- O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)
- O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)
- O Exterminador do Futuro: A Salvação (2009)
Linha do tempo a partir de Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
- O Exterminador do Futuro (1984)
- O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)
- O Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio (2019)
O que vem por aí?
James Cameron mencionou outro reboot em 2022, que acabou não acontecendo. Linda Hamilton disse mais recentemente que não mais interpretará Sarah Connor. Sem mais atualizações, provavelmente não veremos outro filme live-action da franquia tão cedo.
Ainda assim, a ascensão da IA generativa tornou a franquia ainda mais relevante. E, por isso, a série animada Exterminador Zero, que chega nesta quinta-feira (29) à Netflix, leva a trama de volta aos anos 1990. Enquanto isso, Exterminador do Futuro: Sobreviventes, um jogo de sobrevivência em mundo aberto ambientado após o Dia do Julgamento, terá acesso antecipado em outubro.