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Crítica Meu Nome é Chihiro | Drama acerta na temática, mas peca no roteiro

Por| Editado por Jones Oliveira | 28 de Fevereiro de 2023 às 20h00

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Reprodução/Netflix
Reprodução/Netflix
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O drama japonês Meu Nome é Chihiroé uma das apostas da Netflix para o mês de fevereiro, contando uma história baseada no mangá Chihiro-san que fez sucesso no país ao seu publicado entre os anos de 2013 e 2018. Com um texto que fala sobre o ordinário da vida humana e a importância de ser uma pessoa boa, o longa até acerta na premissa, mas erra no roteiro por não aprofundar nenhum personagem — nem mesmo a protagonista.

Dirigido por Rikiya Imaizumi, o filme acompanha a vida de Chihiro, uma jovem sorridente e bondosa que, após alguns anos trabalhando como acompanhante (profissional do sexo), decide mudar de carreira e começa a trabalhar em uma loja de bentô (espécie de marmita japonesa).

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No local, ela tem a função de anotar os pedidos e entregar as comidas para os clientes, e é ali onde destila toda sua simpatia e amor ao próximo, até mesmo com os homens que vêm lhe assediar.

Dotada de um sorriso bonito e muita caridade, Chihiro também consegue ter empatia com outras pessoas que passam pela sua vida, como um morador de rua, uma garota que tem problemas em casa com o pai, um menino que vive boa parte do dia sozinho enquanto a mãe solo trabalha, e a dona da loja de bentô que ficou cega.

Apesar de tantos personagens interessantes, o texto não se aprofunda em nenhum deles, o que não seria um grande problema se focasse toda sua atenção para a protagonista. Ainda que o público fique com um gostinho de quero mais para conhecer cada um dos personagens, é quando Chihiro aparece que o problema se agrava.

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Os escritores Kaori Sawai e Rikiya Imaizumi (este também assina o texto além de dirigir) não se preocuparam em aprofundá-la. Desse modo, a protagonista fica exposta apenas como uma mulher extremamente bondosa, condescendente e solitária, porque embora faça vários amigos pelo caminho, continua carregando uma solidão e um amargor dentro de si.

O motivo para isso, no entanto, não é explorado. Sabemos que ela criou uma armadura que lhe impede de se apaixonar por alguém, mas não nos é mostrado exatamente o porquê. Além disso, embora seja amorosa com todos, Chihiro praticamente ignora a morte da própria mãe, e essa é mais uma relação que não é explorada.

Isso sem falar na própria Chihiro, a moça que inspirou a protagonista ao adotar esse nome. Ela aparece em determinado momento do filme, e descobrimos que ela foi uma pessoa importante para a, na época, pequena Anya, que mais tarde cresceria e adotaria o nome Chihiro como uma forma de homenageá-la.

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Todas essas (e outras questões) ficam no ar, pairando sobre um filme de ritmo lento que, embora seja bonito e aborde a importância de “fazer o bem sem olhar a quem”, não se aprofunda em quase nada e toca apenas o ordinário da vida.

Personagens cativantes

Com uma protagonista genial, vivida pela atriz Kasumi Arimura, e coadjuvantes realmente cativantes — destaque para o pequeno Makoto —, Meu Nome é Chihiro tem bons momentos, mas deixa uma eterna sensação de que vai engrenar a qualquer momento, o que não acontece e causa certo tédio.

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Talvez por ser um mangá conhecido no Japão, os escritores do filme pensaram que não era tão necessário aprofundar os personagens, uma vez que eles já são famosos no país. Mas, para quem nunca teve acesso à história, esse foi um grande erro que ficou evidente em tela.

Já a fotografia do filme é um grande acerto. Com imagens bonitas e cenas bem dirigidas, o longa consegue encher os olhos de quem o assiste.

Um filme que usa a emoção a seu favor

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Outro acerto de Meu Nome é Chihiro é usar da emoção sem necessariamente precisar de muitas palavras. O destaque aqui fica para a cena em que Chihiro e a dona da loja de bentô se abraçam dentro do carro. Ali fica claro que, embora seja sempre tão amorosa com as outras pessoas, a jovem nunca tinha recebido um carinho de verdade.

Sendo assim, podemos dizer que Meu Nome é Chihiro é um filme de duas horas que centra-se sobre o ordinário da vida e abusa das emoções para contar uma história bonita, ainda que rasa.

O longa tem uma excelente fotografia e personagens cativantes, e pode conquistar aqueles que gostam de filmes mais lentos.

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É uma boa aposta da Netflix para fugir do comum, e já está disponível no site do streaming.