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Crítica Aftersun | Filme emociona com as memórias que antecedem uma tragédia

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Janeiro de 2023 às 22h00

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A24
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Novo filme da A24 com a diretora estreante Charlotte Wells, Aftersun vem dando o que falar entre público e crítica. O drama é protagonizado por Paul Mescal e acompanha uma viagem entre Sophie (Frankie Corio) e o pai, Calum, a partir das memórias dela e gravações caseiras.

Aftersun é um longa que conquista pelo drama e emoção da relação entre pai e filha, e na imaginação do que o futuro espera. Juntos, eles fazem uma viagem de verão para a Turquia, e muitas das cenas se passam em cenários ensolarados. No entanto, a trama consegue se manter pela melancolia da proposta.

Atenção: esta crítica pode conter spoilers de Aftersun!

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No filme, vemos pai e filha em viagem, essencialmente em momentos divertidos e de conexão. Porém, como toda relação familiar, há o instinto de proteção do patriarca, que tenta manter a filha segura, mas ainda peca em como cumprir a missão.

Isso, talvez, porque Sophia aparenta ser madura e pé no chão para sua idade, o que acaba tornando a relação entre eles um pouco diferente e mais confiável. Calum é um pai que cuida, mas confia, e que deseja que todos os momentos com a filha sejam registrados para, no futuro, ela sempre poder se lembrar dessa viagem. E é exatamente isso o que acontece.

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Através dessas imagens e da construção de lembranças, conseguimos captar cada personagem lutando com seus dramas pessoais. Nada é muito explícito e requer atenção para, talvez, capturar fatos subentendidos, e a interpretação de Aftersun pode ser diferente para cada espectador e suas diferentes vivências.

Sabemos que Calum não é mais presente na vida da filha no futuro, o que pode ter acontecido por inúmeros motivos, e isso deixa as ações do protagonista mais claras, como se ele soubesse que não estaria ali para sempre.

Naturalidade

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Além de conseguir contar uma história que fica subentendida a quem está assistindo, o elenco de Aftersun é um dos maiores méritos da trama. Desde o veterano Paul Mescal, que já se destacou pelo trabalho em outras produções intensas, como A Filha Perdida e Normal People, até a jovem Frankie, vemos uma atuação repleta de naturalidade.

Juntos, os atores conseguem transformar o simples em algo profundo. Simples ações de férias, como jantar em um restaurante, aproveitar a piscina ou simplesmente contemplar o silêncio são feitas com muito significado. Ficamos hipnotizados por cada movimento dos personagems, buscando neles seus significados e os motivos da ausência de Calum na vida de Sophie.

Aftersun é um filme que atrai a atenção dos olhos pela fotografia de tirar o fôlego com suas paisagens, intercalando com os materiais de VHS gravados na década de 1990 e, claro, as performances impecáveis. A trama também é capaz de transportar quem está assistindo para aquele universo, como se pudesse vivenciar os sentimentos capturados ali.

O filme é uma experiência praticamente imersiva criada por Charlotte Wells, que consegue divertir e emocionar, mesmo sem uma mensagem verdadeiramente explícita. Ao final do filme, quando acontece a despedida entre pai e filha no aeroporto, a angústia toma conta da história por, justamente, parecer que foi a última vez em que eles se viram.

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Aftersun está em cartaz em alguns cinemas do Brasil, mas também pode ser assistido no Mubi.