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5 dos melhores filmes que levaram o Rock para o cinema

Por| 04 de Setembro de 2019 às 22h20

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Sony Pictures Entertainment
Sony Pictures Entertainment

Listar os melhores filmes que envolvem Rock da história do cinema parece algo bem pretensioso. A ideia das minhas listas de cinema geralmente é indicar. Sendo assim, alguns medalhões ou aquelas produções que supostamente a maioria já assistiu ficam de fora. O melhor negócio, ao meu ver, é espalhar aqueles menos conhecidos, curiosos... Por outro lado, de vez em quando é impossível fugir e deixar de fora algum filme porque, afinal, os melhores (de maneira qualitativamente subjetiva), se já foram assistidos, merecem sempre ser revisitados.

Assim, nos embalos do filme Yesterday (de Danny Boyle), esta lista de somente cinco filmes que levaram o Rock para as telas do cinema tem, pelo menos, uma obra que a maioria dos amantes do gênero musical já assistiu. Talvez tenham assistido a todos... mas, como dito, vale reassistir e, claro, como sempre, citar outros nos comentários. Vamos fazendo aquela corrente de indicações. Todos saímos ganhando porque, afinal de contas, nenhuma lista é unânime. E eu não tenho a mínima pretensão de fazer com que a minha seja.

Antes, só para historiar um pouco: O marco zero do Rock, de acordo historiadores, aconteceu em julho de 1954, quando um sujeito lá em Memphis, nos Estados Unidos, entrou no Sun Studios e gravou That’s Allright Mamma. Era o caminhoneiro Elvis Presley, que seria considerado o Rei do Rock.

Mas Elvis não inventou o Rock. Ele foi um mensageiro do gênero que, antes, já contava com Chuck Berry, Bill Halley (citando os mais conhecidos). Mas a verdade é que o caminhoneiro de Memphis era considerado bonito e carismático – além de ser, claro, talentoso. Há algo mais forte na trajetória de Elvis: ele era branco, o que o fazia ser muito mais penetrante em um país completamente e horrorosamente dividido por questões raciais na década de 1950.

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Bem... vou para um pouco de historiar e ir direto pra nossa curta lista (em ordem aleatória desta vez) – lembrando que, a pedidos do leitor Rubens (que infelizmente não tenho o sobrenome), os títulos originais dos filmes passaram a fazer parte das minhas listas (entre parênteses, ao lado do nacional) quando forem diferentes dos adotados por aqui:

Os Reis do Ié-Ié-Ié (A Hard Day's Night)

Se o gancho é Yesterday, eis o primeiro filme com participação dos Beatles. O falso documentário dirigido por Richard Lester (que viria a comandar Superman II: A Aventura Continua e Superman III – 1980 e 1983 respectivamente) mostra um dia da rotina da banda que modificaria a História da música. Aqui, o quarteto de Liverpool, já consagrado, é mostrado com muito humor (tipicamente inglês, claro) e em preto e branco. Os Reis do Ié-Ié-Ié concorreu a dois Oscars, um BAFTA e um Grammy. É uma ótima pedida.

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Mudando o Destino (Málmhaus)

Talvez Mudando o Destino seja o menos conhecido da lista e, provavelmente, seja o mais dramático. Isso porque é um filme islandês que acompanha a jovem Hera (Thora Bjorg Helga) em uma fase depressiva após a morte do irmão mais velho. Sentindo-se culpada, ela acaba encontrando suporte no Black Metal e deixando-se levar pelo sonho de se tornar uma estrela do Rock. Mas não é só: O que o cinema islandês tem de sóbrio tem também de emotivo. Cada plano é muito bem pensado pelo diretor Ragnar Bragason (do ótimo Foreldrar, 2010), fazendo com que o espectador possa criar ligações até pessoais com a protagonista. De quebra, a trilha sonora é contornada por canções de bandas como Megadeth, Judas Priest e Savatage e Hera é simbolicamente nascida em 1970, ano em que o Black Sabbath apareceu como uma das bandas pioneiras do Heavy Metal (com o lançamento do álbum Paranoid).

O Rock do Dia das Bruxas (Trick or Treat)

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Por falar em Black Sabbath, outra pedida é um clássico trash da década de 1980. O Rock do Dia das Bruxas pode não ser um filme bonito, comportado, certinho... para alguns pode até ser considerado ruim. A verdade é que esse controverso trabalho dirigido por Charles Martin Smith (de Winter, o Golfinho e Winter, o Golfinho 2 – isso mesmo) traz uma história de bullying em que um protagonista devastado alcança a superação e a autoconfiança necessárias para ele mesmo ser rock’n’roll. Muito Rock, muita trasheira, ritual satânico... vale a pena para um compromisso descontraído, bizarro e, ao mesmo tempo, com conteúdo.

A Rosa (The Rose)

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Livremente inspirado na vida da icônica e imortal Janis Joplin, A Rosa é protagonizado por ninguém menos que Bette Midler e conta com canções totalmente originais cantadas pela própria atriz. O roteiro traz a história de vida trágica de uma estrela do Rock autodestrutiva que luta para lidar contra a pressão de sua carreira e as demandas de um implacável empresário. O filme concorreu a quatro Oscars, Midler e seu parceiro de cena (Frederic Forrest) concorreram a estatuetas. Um bom filme que merece ser visto.

Quase Famosos (Almost Famous)

Esse talvez tenha sido assistido por muitos, mas não tem como eu não o indicar aqui na lista principal de cinco. Quase Famosos é, em minha opinião, uma das homenagens ao Rock mais bonitas já realizadas. O roteirista e diretor Cameron Crowe (de Compramos um Zoológico, 2011), munido pelo seu mundo particular, percorre um aspirante a jornalista (Russell Hammond, interpretado por Billy Crudup) que consegue trabalho na badalada revista Rolling Stone. Assim, Hammond passa a acompanhar a banda fictícia Stillwater em sua primeira turnê pelo país. As canções contam com a colaboração de bandas e artistas lendários. De Led Zeppelin a Elton John; de The Who a David Bowie; de Yes a Simon & Garfunkel, Quase Famosos é uma beleza de se ver, escutar e apreciar um dos gêneros musicais mais festejados do planeta. Se ainda é pouco, o filme conta também com a sempre incontestável Frances McDormand e venceu o Oscar de Melhor Roteiro, além de ser indicado a outros três: Kate Hudson e McDormand (ambas para a estatueta de Melhor Atriz coadjuvante) e Joe Hutshing e Saar Klein (para Melhor Edição). É um filmaço.

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Quase Famosos está disponível para streaming na Amazon Prime Video e na Globo Play. Para aluguel ou compra, o filme pode ser encontrado na Microsoft Store, Google Play Movies e Apple iTunes. Na Looke, apenas para compra.

Voltando rapidamente à historização: Não há controvérsias sobre a influência dos Beatles. Ela é, de certa forma, incalculável. A banda estabeleceu parâmetros, trouxe experimentações que abriram as possibilidades musicais da época e que viriam a influenciar dos seus contemporâneos à continuação da História. Gerações posteriores, como a nossa, ainda celebram os Beatles, rearranjam suas músicas, utilizam-nas em filmes... Yesterday não é o único exemplo recente. O blockbusterLiga da Justiça, por exemplo, conta com uma versão pra lá de modernosa de Come Together, de Gary Clark Jr., ator e guitarrista que já teve seu estilo comparado aos de Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. O Rock é, definitivamente, um gênero cíclico... o que foi criado lá atrás vai influenciar para sempre.

Mas vamos a menções honrosas (em ordem aleatória):

  • Todos os filmes protagonizados por Elvis Presley: por motivos de Rei do Rock. Little Richard, da mesma época de Elvis (e ainda vivo), disse (e se ele disse está dito): "Eu agradeço a Deus por Elvis Presley. Ele abriu as portas para muitos de nós."
  • A Encruzilhada (Crossroads): talvez não seja visto como um filme com Rock de fato. O Blues é que corre solto aqui. Mas os ensinamentos sobre música e vida são muito efetivos e, além disso, o filme conta com uma participação especialíssima de Steve Vai em um duelo épico com Ralph Macchio. Disponível na Netflix e na Apple iTunes.
  • Sem Destino (Easy Rider): um filmaço clássico com canções inclusive de Jimi Hendrix. O filme também imortalizou um hino do Rock, a música Born to Be Wild, da Steppenwolf. Disponível na Netflix, Google Play Movies, Apple iTunes e Looke.
  • Jesus Cristo Superstar (Jesus Christ Superstar) – versão de 1973: Vamos a algo diferente... uma Ópera Rock dirigida por Norman Jewison, indicado três vezes ao Oscar de Melhor Direção (por No Calor da Noite, Um Violinista no Telhado e Feitiço da Lua). Disponível na Claro Video e Apple iTunes.
  • Zabriskie Point: única produção totalmente americana do célebre diretor italiano Michelangelo Antonioni (de Blow-Up – Depois Daquele Beijo). Inclusive, o próprio Blowup (no original) é outra indicação, visto que há uma cena antológica do fotógrafo protagonista no show da Yardbirds. O registro feito da banda nesse filme é um dos raros em que os guitarristas Jimmy Page e Jeff Beck estavam na formação.
  • Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (Christiane F. - Wir Kinder vom Bahnhof Zoo): porque as canções são de David Bowie... e são fenomenais. E porque é um grande filme mesmo.
  • Rocky Horror Show (The Rocky Horror Picture Show): Um musical bem diferente com uma atuação fantástica de Tim Curry. Disponível na loja da PlayStation, Microsoft Store, Google Play Movies e Apple iTunes.
  • Velvet Goldmine: Sensível... e glam Rock. Disponível na Claro Video.
  • The Doors: focado no psicológico do excêntrico Jim Morrison e dirigido por Oliver Stone... vale cada segundo.
  • Pink Floyd – The Wall: Pink Floyd, uma das bandas favoritas do planeta, e dirigido por Alan Parker, diretor de um terror dos melhores de todos os tempos (Coração Satânico).
  • Escola de Rock (The School of Rock): porque vale a pena demais o olhar único de um diretor como Richard Linklater (de Boyhood: Da Infância à Juventude) e pelo protagonismo dado às crianças. Na verdade, vale por tudo. Disponível na Netflix, loja da PlayStation, Microsoft Store, Google Play Movies, Apple iTunes e Claro Video.
  • Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused): compondo a trilha sonora, estão canções de Alice Cooper, Aerosmith, ZZ Top, Black Sabbath, Deep Purple, Lynyrd Skynyrd, Kiss... e, além disso, Tarantino colocou o filme em sua lista de 10 melhores de todos os tempos. Ah! É dirigido também por Linklater. E a curiosidade?
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São muitos... a lista poderia ter 50, 100, 200 títulos a mais. Muitos poderiam estar aqui, de repente, substituindo os que citei. Na prática, é impossível, listar cinco ou 10 filmes que trazem o Rock para o cinema.

De qualquer forma, posso dizer qual é um dos meus favoritos (e nem o coloquei na lista): Não Estou Lá, dirigido por Todd Haynes (do citado Velvet Goldmine inclusive). Talvez porque gosto muito de Bob Dylan, talvez porque as atuações de Cate Blanchett, Christian Bale e Heath Ledger são algo bem fora da curva (em minha opinião)...

Infelizmente, não teremos o Bônus Adam Sandler dessa vez, mas vale uma dica: o ator também é músico e já compôs para muitos dos filmes nos quais atuou.

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Agora, ficam aí os comentários. Foi uma dor não citar alguns filmes – e até passei um pouco da minha meta de no máximo 10 menções –, mas tenho certeza que vocês vão conseguir complementar e enriquecer tudo o que está aí.

Bons e ruins filmes para nós!