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Seu novo wearable pode ser sua própria pele

Por| 11 de Outubro de 2016 às 21h31

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Seu novo wearable pode ser sua própria pele
Seu novo wearable pode ser sua própria pele

A evolução da tecnologia é uma coisa engraçada: vimos antigos telégrafos virarem telefones de ramais, que por sua vez deixaram os ramais para terem suas próprias linhas. Depois disso, eles encararam a necessidade de abandonar os fios e virar telefones fixos que davam mais liberdade a quem falasse. Posteriormente, tal liberdade evolouiu para um sistema completamente independente de cabos, que compreendia o celular como o conhecemos na década de 90. Daí então, foi descoberto um novo mundo dentro do já conhecido universo dos celulares.

Neste mundo novo, uma ampla gama de recursos, serviços e funcionalidades foi inserida dentro de um dispositivo que fazia praticamente de tudo — até ligações. Nascia o smartphone. Mas, e agora, você já parou para pensar qual será a evolução dos tão modernos smartphones, como os conhecemos hoje? Algo dobrável, flexível, extremamente fino? No que depender de uma equipe de pesquisadores, o futuro dos celulares está muito além disso tudo.

A próxima empreitada seria um tipo de smartphone que usaria o próprio corpo humano como carcaça. Como se uma parte de seu braço servisse para levar a tela, e outra o microfone, com direito a comunicação direta com o cérebro. Alguns pesquisadores já começaram a desenvolver circuitos eletrônicos compatíveis com a pele humana, capazes de se flexionarem, curvarem e esticarem de acordo com a região do corpo.

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A versão mais simples desta tecnologia já foi comprovada por meio de uma tatuagem eletrônica, que graças a uma tinta condutora, permitia que sensores fossem pregados ao braço de pessoas por meio de pressão e tiras de silicone. O objetivo, agora, é evoluir a tatuagem eletrônica, encontrando materiais orgânicos para compor os circuitos, criando um tipo de wearable chamado de pele eletrônica, ou e-skin. E é nisso que uma equipe de pesquisa de Tóquio vem trabalhando.

A tal pele consiste de uma matriz de diferentes componentes eletrônicos, transístores flexíveis, LEDs orgânicos e células fotovoltaicas (também orgânicas, claro), todos ligados entre si e em harmonia, por meio de fios condutores flexíveis ou elásticos. A base da pele eletrônica seria feita a partir de uma camada finíssima de um material que, borrifado sobre uma superfície, se transformaria em um substrato totalmente compatível com a epiderme.

Graças a esta tecnologia, já existe até um projeto de tela touch totalmente flexível que pode ser acoplada ao braço do usuário para projetar imagens diretamente do smarrtphone. É o caso do Cicret Bracelet, que você vê abaixo.

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Aliás, a ideia de criar uma pele artificial veio do crescimento da indústria robótica. Afinal, vários pesquisadores já tentaram dar a seus robôs algo que fosse capaz de funcionar como nosso sistema sensorial, a fim de que eles também sentissem frio, calor e toque.

Circuitos no corpo?

Se um dia será comum vermos pessoas por aí utilizando telas e circuitos instalados em seus braços, ainda é cedo para afirmar. Mas até lá, é preciso resolver uma série de contratempos. Acontece que existe um grande problema com componentes eletrônicos orgânicos: eles não são lá tão confiáveis e apresentam um desempenho um tanto duvidoso. As e-skins que resultaram de projetos atuais não conseguem se manter afixadas e intactas no corpo por muito tempo, pois acabam criando dobras, rugas. E essas rugas arruinam todo o sistema, já que um circuito pode acabar encostando no outro ou interromper toda a sua funcionalidade.

Outro problema é a chamada biocompatibilidade: até que ponto estes materiais são inócuos ao organismo? Será que com o passar do tempo não geram rejeição? Ainda não se sabe como integrar os materiais atuais na pele humana sem causar problemas à saúde do usuário, como inflamações, alergias e até tumores, e este é o grande desafio da ciência em busca de ciborgues mais saudáveis.

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Seja como for, a ciência não para, e os pesquisadores estão decididos a encontrar um material totalmente biocompatível que seja capaz de entregar o desempenho desejado do circuito e a aceitação do organismo perante o corpo estranho. A ideia, até o momento, parece promissora. Entretanto, ainda há de levar muito tempo para que tudo isso se torne realidade.

Fonte: Singularity HUB