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Réptil que viveu antes dos dinossauros é descoberto no Brasil

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Junho de 2024 às 17h31

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Matheus Fernandes, 2024/Scientific Reports
Matheus Fernandes, 2024/Scientific Reports

Nesta quinta-feira (20), um artigo publicado na revista Scientific Reports revelou a descoberta de um réptil parente distante dos jacarés e crocodilos, que viveu antes dos dinossauros — mais precisamente há 237 milhões de anos. O Parvosuchus aurelioi foi encontrado no Rio Grande do Sul, e é o primeiro desse tipo a ser visto no Brasil.

O Parvosuchus aurelioi pertence a um grupo chamado pseudosuchianos, os maiores carnívoros durante o Período Triássico (252 a 201 milhões de anos atrás). Alguns membros menores desse grupo chegaram a ser encontrados em áreas como China e Argentina.

A descoberta feita por paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) traz à tona uma espécie de gracilisuchídeo: justamente um desses membros menores entre os pseudosuchianos.

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Como apresenta o estudo, os répteis da linhagem dos pseudosuchia governaram os ecossistemas terrestres antes do início da era dos dinossauros, "alcançando uma impressionante diversidade taxonómica e ecológica".

Alguns dos pseudosuchianos mais impressionantes do Período Triássico foram os predadores quadrúpedes gigantes, como Prestosuchus chiniquensis e Luperosuchus fractus

Os pesquisadores afirmam que os pseudosuchianos de pequeno porte "eram caracterizados por uma cabeça relativamente grande com aberturas largas, dentes carnívoros, membros delgados e postura quadrúpede".

No artigo, os autores também falam que o fato de que nenhum outro exemplar de gracilisuchídeo foi relatado no Brasil é "particularmente intrigante, uma vez que os leitos brasileiros do Triássico são contemporâneos daqueles da Argentina". Mas o nosso país também já foi palco de descobertas: o réptil Maehary bonapartei já foi encontrado no Brasil, por exemplo.

Como é o Parvosuchus aurelioi

O esqueleto parcial encontrado pelos paleontólogos data de aproximadamente 237 milhões de anos atrás e consiste em um crânio completo incluindo a mandíbula, 11 vértebras dorsais, uma pélvis e membros parcialmente preservados.

O nome Parvosuchus aurelioi vem de ‘parvus’ (pequeno) e ‘suchus’ (crocodilo) e homenageia o paleontólogo Pedro Lucas Porcela Aurélio, que descobriu os materiais fósseis.

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O crânio descrito no estudo mede 14,4 centímetros de comprimento e apresenta mandíbulas longas e ligeiramente finas, com dentes pontiagudos que se curvam para trás, com direito a várias aberturas no crânio.

Os pesquisadores descrevem o esqueleto como leve, e estimam que tem menos de um metro de comprimento total. "O comprimento total dos elementos dos membros posteriores é incerto porque esses ossos não estão totalmente preservados. A metade proximal de ambos os fêmures está preservada", diz o material.

"Os ecossistemas do Triássico que precederam os dinossauros eram compostos por uma grande variedade de répteis da linhagem dos crocodilianos", concluem os paleontólogos. 

Fonte: Scientific Reports