Recorde de maior número primo é quebrado com tecnologia gratuita
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela |

Apesar de serem infinitos, a identificação de novos números primos torna-se cada vez mais difícil. No entanto, um matemático amador conseguiu descobrir o maior número primo já registrado, utilizando o software de código aberto Great Internet Mersenne Prime Search (GIMPS).
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Números primos são aqueles que só podem ser divididos por 1 e por eles mesmos. Para alguns matemáticos, encontrar mais alguns deles e tentar estabelecer um novo recorde é um desafio tentador.
Para encontrá-los, os matemáticos utilizam fórmulas como 2x-1 (por exemplo, 24-1, 28-1, e assim por diante), criada por Marin Mersenne. Quanto maior o valor de x, mais os resultados escalam para valores incrivelmente altos.
Além disso, provar que um número muito grande é, de fato, um número primo, pode ser um processo extremamente demorado.
Com isso, os matemáticos recorrem a computadores e softwares avançados para realizar os cálculos. Uma das aplicações desenvolvidas para isso é o GIMPS, que permite a qualquer pessoa participar da busca por novos números primos — ou simplesmente se divertir encontrando os que já foram identificados.
O software já se mostrou capaz de resolver o problema, tendo sido responsável por encontrar os últimos 18 primos já descobertos. Agora, Luke Durant, um ex-funcionário da NVIDIA, bateu o recorde de maior primo de Mersenne já encontrado: 2136.279.841.
Se tivéssemos que escrever o número em si, sem usar potenciação, ele teria 41.024.320 dígitos. Durant conseguiu realizar a tarefa ao desenvolver uma infraestrutura para rodar o GIMPS em múltiplos servidores de GPU. Isso também ajudou o software a fazer os cálculos necessários para provar a primalidade de 2136.279.841.
Para testar o novo número primo, o GIMPS começou com o Teste de Primalidade de Fermat, que deu resultado positivo. O software ainda foi capaz de aumentar o grau de certeza do resultado com o Teste de Lucas-Lehmer.
A busca por novos números primos pode ser um hobby lucrativo: cada descoberta confirmada rende ao matemático a recompensa de U$ 3.000.
Fonte: IFLScience