Nova espécie de caranguejo-esponja peludo usa um chapéu vivo
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |

Cientistas descobriram uma nova espécie de caranguejo-esponja, cuja particularidade é uma bela cabeleira — junto a um chapéu vivo de esponja do mar. A novidade fashion e científica foi encontrada na costa australiana, na parte sudoeste do país, e recebeu um nome homenageando o navio onde Charles Darwin viajou até Albany, em 1836, para fazer suas descobertas biológicas: Lamarckdromia beagle.
- Caranguejo encontrado em âmbar viveu com os dinossauros há 100 milhões de anos
- Nova espécie de tartaruga gigante é descoberta em Galápagos
Descrevendo os caranguejos peludos
Os caranguejos-esponja têm pelos finos cobrindo seu exoesqueleto, trazendo ganchos nas pontas, que ajudam a se prender a objetos e superfícies, como os chapéus de esponja utilizados pelos animais. Quem nota o comportamento da moda o Dr. Andrew Hosie, curador de crustáceos e vermes do Western Australian Museum.
Mas a função das esponjas não é puramente estética: a família dromiidae, da qual os caranguejos fazem parte, compartilha desse hábito, que serve como camuflagem para escapar de predadores como peixes e polvos. Eles até mesmo podam o formato das esponjas e as deixam crescer para ficarem do tamanho de seus corpos, usando-as tanto como chapéu quanto como cobertor protetivo.
Os especialistas, como Hosie, não sabem ao certo a função de toda essa cabeleira, comum na família parente dos caranguejos-eremitas, mas nunca foi vista em tanta profusão. Acredita-se que a característica peluda também ajude o animal a se camuflar, protegendo as pernas dos predadores tanto diretamente — dificultando a identificação visual por outros animais — quanto pela ajuda na fixação das esponjas ao seu corpo.
A espécie foi descrita junto a outros caranguejos-esponja peludos em um artigo publicado na revista científica Zootaxa, em abril deste ano, escrito por Hosie em parceria com o cientista Colin L. Mclay, da University of Canterbury, da Nova Zelândia.
Fonte: Zootaxa