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Nova espécie de tartaruga gigante é descoberta em Galápagos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Março de 2022 às 13h30

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Imagem: Santiago R.Ron/Geochelone
Imagem: Santiago R.Ron/Geochelone

Um estudo conjunto entre a Newcastle University (Reino Unido), Yale, MIT (Estados Unidos), a ONG americana Galapagos Conservancy e departamentos de biologia e ecologia de muitas outras instituições descobriu uma nova espécie de tartaruga gigante, mais especificamente, tartaruga-das-galápagos, no arquipélago homônimo. A informação foi veiculada pelo ministro do meio ambiente do Equador, país do qual as ilhas fazem parte. A publicação foi feita na Heredity, revista científica focada em genética, em fevereiro.

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A pesquisa foi feita comparando o DNA de tartarugas que vivem na ilha San Cristóbal, a mais antiga do arquipélago, com amostras de osso e carapaça de espécimes coletados em 1906, em uma caverna das terras altas da ilha, que estavam atualmente em um museu. A análise do material genético comprovou a diferença entre as espécies — até o momento, pensava-se que os animais fossem da subespécie Chelonoidis chathamensis.

Por que só agora?

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Cada ilha das Galápagos, a grosso modo, conta com sua própria subespécie de tartaruga gigante. Anteriormente, acreditava-se que a ilha de San Cristóbal era habitada por uma delas, a C. chathamensis, mas a descoberta do conjunto de pesquisadores trouxe novidades à tona, e, com elas, teorias sobre a seleção natural das tartarugas locais. As duas partes distintas da ilha em questão podem ter sido ilhas separadas, há milhões de anos, quando o nível do mar era mais alto. Com isso, espécies diferentes de tartarugas gigantes viveriam isoladas, e, com a junção das massas terrestres, os animais teriam se misturado geneticamente.

Os restos mortais de tartarugas utilizados na pesquisa foram coletados por uma expedição da Academia de Ciências da Califórnia em 1906, que visitou apenas a parte sudoeste da ilha (as terras altas locais), onde a espécie costumava viver. As ossadas em questão foram encontradas em uma caverna isolada, onde os animais caíram e morreram, incapazes de sair. A questão é que essa região da ilha foi explorada, e as populações de tartaruga, extintas pela caça, em meados do século 20.

A parte noroeste da ilha, mais baixa e árida, onde a espécie vive atualmente, não chegou a ser visitada pela expedição — o que explica o fato da diferença taxonômica não ter sido notada até hoje.

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O que isso significa?

A rigor, há três conclusões a serem tiradas dessa descoberta científica, e que poderão ser comprovadas com maior exatidão a partir de mais amostras de DNA. São elas:

  • As cerca de 8.000 tartarugas-das-galápagos que habitam a ilha San Cristóbal não são C. chathamensis, mas na verdade outra linhagem, ou táxon, sem descrição formal nem nome científico definido;
  • O táxon ao qual a C. chathamensis pertence está, quase com certeza, extinto, dada a sua diferença genética com a subespécie atual;
  • As duas taxas diferentes de tartaruga-das-galápagos conviveram nas terras altas e baixas, respectivamente, até a extinção da espécie meridional.

Agora, resta aos cientistas recolher mais DNA da subespécie extinta para chegar a um entendimento melhor das diferenças taxonômicas, bem como a relação entre as tartarugas atuais e as C. chathamensis. Ao confirmar a existência das duas espécies teorizadas a partir da pesquisa e o que as torna distintas, o novo nome científico deve ser designado.

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Galápagos, Darwin e seleção natural

As ilhas Galápagos, a 1.000 km da costa do Equador, são uma área de proteção natural da vida selvagem com espécies únicas de flora e fauna, como as tartarugas gigantes, endêmicas do arquipélago — que se tornou famoso pelo naturalista Charles Darwin e suas observações do local, a bordo do navio HMS Beagle, resultando na teoria da seleção natural das espécies.

Uma recente expedição conjunta entre a Galápagos Conservancy e a Diretoria do Parque Nacional das Galápagos estimou uma população de 6 a 8 mil tartarugas gigantes na ilha San Cristóbal, que se recuperou a partir de 500 a 700 indivíduos, nos anos 1970, quando a caça foi proibida e espécies invasoras — como as cabras — foram removidas do local.

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Fonte: Heredity