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Navio que naufragou há 2 mil anos na Itália é descoberto com carga intacta

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Reprodução/Soprintendenza del Mare
Reprodução/Soprintendenza del Mare

Arqueólogos italianos descobriram um navio mercante que naufragou há quase dois mil anos, próximo à província de Siracusa. Durante o naufrágio e as centenas de anos que se passaram do acidente, a carga continuou praticamente intacta, parcialmente encoberta pela área do fundo do mar. Aproximadamente 40 ânforas foram encontradas (veja a galeria abaixo), que viraram abrigo para a vida marinha local. 

Coordenados pela Superintendência do Mar da Itália, os estudos sobre o navio que naufragou ainda estão em andamento, e a datação por carbono do material encontrado não foi concluída. Entretanto, os especialistas sugerem que o naufrágio tenha ocorrido entre o final do século I a.C. e o início da era Augusta (31 a.C a 14 d.C.).

Para além das ânforas — um tipo de "vaso" para transporte de mercadorias na Antiguidade —, há a possibilidade do sítio arqueológico submerso esconder algo ainda mais surpreendente. É possível que o resto da embarcação esteja intacta, mas tenha sido coberta pelos sedimentos, que se acumularam ao longo dos anos, como se estivesse enterrado. 

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Se isso se confirmar, outras pistas importantes ajudarão a recontar os detalhes sobre as rotas marítimas e os produtos que sustentavam a economia mediterrânea na época.

Naufrágio de 2 mil anos na costa da Itália

Segundo a equipe responsável pelo achado, as ânforas do navio que naufragou estavam carregadas com alúmen (ou alume), muito possivelmente extraído e comercializado pelos habitantes da ilha italiana de Lípara — a distância entre Siracusa e o local é de pouco mais de 200 km. 

Na época, o composto químico natural era usado na produção de têxteis. Isso porque permitiu a fixação da cor (dos tingimentos) nos tecidos, algo bastante valioso para economia da época. Isso demonstra a possível importância da ilha no comércio e nas rotas do mediterrâneo.

Como a embarcação milenar foi descoberta?

As primeiras pistas sobre o navio que naufragou foram descobertas em janeiro de 2022, quando pescadores da cidade de Avola, em Siracusa, relataram a presença de possíveis objetos no fundo do mar, na Reserva Natural Oasi Faunistica di Vendicari

Então, as investigações começaram e os responsáveis chegaram a criar um modelo 3D gerado por fotogrametria do local. A área está localizada a cerca de 5 km da costa e a uma profundidade de 70 m

Como já adiantamos, as pesquisas estão longe de serem concluídas e todo o material deverá passar por análises laboratoriais, como fragmentos de cerâmica e até os sedimentos, para determinar com mais precisão a cronologia e a origem da carga. Inclusive, algumas ânforas foram encontradas alinhadas com a posição que se acredita ser a mesma do armazenamento no navio.

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A seguir, confira a galeria do naufrágio de dois mil anos:

Curiosidade: o "modelo" das ânforas é conhecido como Richborough 527. O nome "estranho" faz referência ao sítio arqueológico de Richborough em Kent, Inglaterra, onde modelos muito parecidos de cerâmica foram encontrados pela primeira vez.

Mais achados misteriosos na Itália

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Vale observar que, recentemente, outra descoberta na Itália atraiu a atenção. Na costa de Nápoles, foi encontrado um templo submerso de uma antiga religião, construído há aproximadamente 2 mil anos. A construção foi erguida por membros do Reino Nabateu, também chamado de Nabateia, e incorporava elementos romanos, como escrituras em latim.

Saiba mais:

Fonte: Superintendência do Mar da Itália