Mutação genética dos Chihuahua já existia em lobos há 50 mil anos; entenda
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Em um estudo publicado na revista científica Current Biology, pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) apontaram que uma das principais mutações genéticas responsáveis pelo pequeno tamanho de determinadas raças de cães, como Chihuahua, já existiam em lobos há mais de 50 mil anos.
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A mutação está presente no DNA que regula a expressão de um gene do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF1). Depois de consultar cientistas na Inglaterra e na Alemanha, os pesquisadores identificaram essa mutação em fósseis de lobos (Canis lupus campestris) que viveram há 54 mil anos.
Os cientistas achavam que os cães começaram grandes e se tornaram menores cerca de 20 mil anos atrás, quando foram domesticados, mas essa descoberta apresenta a possibilidade de uma nova narrativa evolutiva.
O mais interessante de tudo é que essa descoberta não se limita apenas a cães e lobos, mas também coiotes, chacais e outros membros da família dos canídeos. “As coisas que achávamos muito modernas são, na verdade, muito antigas”, afirma uma das responsáveis pelo estudo, a geneticista Elaine Ostrander, em meio a uma entrevista ao EurekAlert.
No entanto, esse gene IGF1 não é o único que afeta o tamanho do corpo de um cão: existem pelo menos 20 genes conhecidos codificam o tamanho do corpo, mas esse gene em particular tem uma influência muito relevante, uma vez que é responsável por cerca de 15% da variação do tamanho do corpo entre as raças.
Parece pouco, uma vez que os humanos possuem centenas de genes que afetam o tamanho, mas é necessário refletir que a maioria das raças de cães existe há apenas algumas centenas de anos. Após a descoberta da mutação genética, os pesquisadores pretendem continuar os estudos para entender melhor como os genes funcionam juntos para determinar o tamanho exato de cada raça.
Fonte: Current Biology via EurekAlert!