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Mosquitos usam cores vermelhas e respiração humana para escolher alvos [estudo]

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Maio de 2022 às 18h20

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Mosquitos usam cores vermelhas e respiração humana para escolher alvos [estudo]
Mosquitos usam cores vermelhas e respiração humana para escolher alvos [estudo]

Pesquisadores da University of Washington descobriram que mosquitos dão preferência a tons avermelhados na hora de procurar sangue humano para beber — e, para isso, usam sensores de dióxido de carbono, que conseguem identificar a até 30 metros de distância. O estudo sobre o caso foi publicado na revista científica Nature Communications.

Para estudar o comportamento dos mosquitos, a equipe observou 1,3 milhão de trajetórias dos insetos, notando que eles são atraídos para luzes vermelhas e amarelas, refletidas em profusão por nós, humanos, independente do tom de pele. Os mosquitos também evitam tons verdes e azuis — mas apenas na presença de CO₂.

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Como estudar mosquitos?

Analisar o comportamento de mosquitos não é fácil: eles são animais erráticos, voando rapidamente e em padrões caóticos. Normalmente, observações destes animais são feitas em caixas, mas isso não reproduz seu comportamento natural de forma plena. Os cientistas, então, construíram um túnel de vento de cerca de 2 metros de comprimento, onde podiam controlar a velocidade do vento, os odores e o estímulo visual para os bichos.

Assim, com 16 câmeras instaladas no recinto capturando imagens ao vivo dos insetos, sua trajetória de voo pôde ser analisada. Os Aedes aegypti no túnel não viajavam até objetos com cores semelhantes a tons de pele humanos quando não havia dióxido de carbono presente. Quando havia, eles se aglomeravam nos objetos. Retirando filtros de luz vermelha e laranja e deixando o CO₂, os mosquitos voltavam a ignorar os objetos. Eureca!

Para investigar mais a fundo, os pesquisadores modificaram os mosquitos geneticamente para que os fotorreceptores dos mosquitos não pudessem detectar comprimentos de onda de tons avermelhados: eles, então, pararam de seguir tons de pele humanos. Outra mutação, que dessa vez tirava seu receptor de CO₂, também causava o mesmo efeito. Logo, nota-se que as duas funções estão interligadas.

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Especialistas comentam que a perspectiva pode ser um pouco diferente: mosquitos, na verdade, não possuem um receptor separado para tons avermelhados. Provavelmente, os animais notam laranja, vermelho e preto como tons escuros — não é que eles procurem o vermelho, mas sim tudo que não é verde ou azul.

O comportamento ligado ao cheiro também é visto em outros insetos: os papilionídeos asiáticos, por exemplo, pousam em objetos azuis em laboratório, quando desprovido de cheiros. Quando sentem o cheiro de uma planta que possa abrigar larvas, no entanto, a preferência é pelo verde. Ao cheirar laranjas ou lírios, seu gosto muda para vermelho. Tudo gerenciado pelas cores.

A ideia dos cientistas, agora, é expandir o conhecimento adquirido pelo estudo para desenvolver armadilhas melhores contra mosquitos, evitando o espalhamento de doenças como a dengue ou a zika. Muitas armadilhas, atualmente, têm componentes brancos, por exemplo: mosquitos, no entanto, não gostam nem um pouco dessa cor.

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Fonte: Nature Communications