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Morte brutal de vaca-marinha por crocodilo e tubarão é revelada em fóssil

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Jaime Bran Sarmiento/UZH
Jaime Bran Sarmiento/UZH

Na região mais ao norte da Venezuela, pesquisadores encontraram um fóssil altamente incomum. Os ossos pertenciam a uma vaca-marinha (Culebratherium sp.) que teve uma morte brutal, após ser atacada por um antepassado dos atuais crocodilos. O animal também foi vítima de um tubarão, como apontam as análises publicadas na revista Journal of Vertebrate Paleontology.

Durante as escavações, a equipe internacional de paleontólogos localizou uma parte do crânio da vaca-marinha e 18 vértebras do animal caçados por dois poderosos predadores, em momentos diferentes, durante o Mioceno (período que vai de 23 milhões até 5 milhões de anos atrás).

O fóssil foi descoberto por um fazendeiro local e, inicialmente, os vestígios ósseos de milhões de anos da criatura já extinta foram considerados como “rochas incomuns”. Entretanto, as análises realizadas pelos pesquisadores da Universidade Nacional Experimental Francisco de Miranda (Venezuela) e da Universidade de Zurique (Suíça) revelaram a verdadeira origem do material. 

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Vaca-marinha atacada por crocodilo e tubarão

Antes de seguir, vale mencionar que o animal vítima dos predadores é uma mamífero já extinto que pertencia à ordem Sirenia. Atualmente, são representados pelos peixes-bois e dugongos. As vacas-marinhas-de-steller foram extintas no final do século XVIII.

Voltando para os achados fósseis, os pesquisadores sugerem que a vaca-marinha foi, em primeiro lugar, atacada por um antigo crocodilo. Em seguida, a carcaça foi devorada por um tubarão-tigre (Galeocerdo aduncus). Essa sequência de ataques foi definida com base nas marcas de dentes encontradas no fóssil.

Sequência de ataques dos predadores

Em relação ao ataque do antepassado dos crocodilos, os cientistas o classificam como “predação ativa”, já que as marcas coincidem com as de um ataque visto em crocodilos modernos, o "giro da morte". Nesses casos, o animal é preso pela boca e girado com violência, buscando despedaçá-lo, como mostra o vídeo:

“Devido à distribuição irregular das marcas de mordidas de tubarão, elas são interpretadas como necrófagas [quando o animal já estava morto]”, apontam os autores. Inclusive, um dente do tubarão foi encontrado no local. 

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“Muitas vezes, quando observamos um predador na natureza, encontramos a carcaça da presa, o que demonstra sua função como fonte de alimento”, afirma Aldo Benites Palomino, pesquisador da Universidade de Zurique e autor do estudo, em nota. “Mas registros fósseis disso são mais raros”, acrescenta o especialista sobre a importância da descoberta venezuelana.

Fonte: Journal of Vertebrate Paleontology, UZH  

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