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Mistérios da múmia de sereia de Enjuin são finalmente desvendados pela ciência

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Fevereiro de 2023 às 17h02

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Kurashiki University of Science and the Arts
Kurashiki University of Science and the Arts

Cientistas da Universidade de Ciências e Artes de Kurashiki, no Japão, finalmente solucionaram o mistério da "múmia de sereia" por completo, descobrindo de onde vem cada parte do pastiche de restos orgânicos e de animais. Alimentando a imaginação de entusiastas de criptídeos e bizarrices históricas, a múmia de Enjuin ficava no templo de mesmo nome na cidade de Asakuchi, no distrito japonês de Okayama.

A história da múmia de uma suposta sereia é curiosa — ela foi encontrada em uma caixa com uma anotação que dizia "uma sereia capturada em uma rede no mar de Tosa [...] durante a era Genbun [1736-1741 d.C.]". Embora a ciência já tivesse plena certeza de que os restos preservados não eram de um animal existente, havia diversas dúvidas acerca da origem de suas partes componentes.

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Adoração, falsificação e ciência

Antes da criatura montada ser estudada, no entanto, ela chegou a ser adorada no templo de Enjuin, atitude que, esperava-se, ajudaria a aliviar um pouco a pandemia de coronavírus. Mesmo assim, o sacerdote responsável pelo local relatou esperar que o projeto de pesquisa envolvendo o objeto pudesse deixar registros científicos interessantes para as gerações futuras.

Os cientistas utilizaram observações superficiais, raios-X, tomografias computadorizadas e fizeram datação por radiocarbono e análises de DNA em todo o artefato. Ao menos parte dele era animal, com a metade inferior sendo uma mistura de nadadeiras dorsais, anais e pélvicas de peixes, junto a seus ossos de suporte e o esqueleto da cauda. Pele de baiacu foi utilizada para cobrir os braços, ombros, pescoço e bochechas da suposta criatura. As escamas datam do final dos anos 1800.

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Já o cabelo da múmia veio de um mamífero, com queratina animal sendo utilizada para fazer as unhas, o que foi descoberto por um microscópio eletrônico. A maior parte do tronco, no entanto, era feita de papel e tecido, com enchimento de algodão e uma substância semelhante ao gesso.

Sereias parecidas já foram estudadas, incluindo algumas que utilizavam cabelo humano, torso de madeira e armações de metal. Na iminência das descobertas acerca da misteriosa múmia, comentamos alguns desses casos e os motivos que levaram pescadores a criar artefatos falsos como esses.

Fonte: Kurashiki University of Science and the Arts via Geika News