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Hálito pode ser a melhor forma de biometria, segundo pesquisa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Junho de 2022 às 16h20

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Kyushu University/Chemical Communications
Kyushu University/Chemical Communications

Cientistas do Japão desenvolveram um novo método de identificação biométrica com base no hálito. O novo nariz artificial é composto de uma rede de 16 sensores olfativos que, junto ao aprendizado de máquina, conseguiu autenticar até 20 pessoas com uma precisão maior do que 97%.

A autenticação biométrica é uma forma tecnológica e crítica de guardar dados nos dias atuais, e nossos celulares já conseguem fazer a leitura de íris e impressões digitais, além de máquinas especializadas que identificam a acústica auricular ou as veias dos dedos. Embora identifiquem as particularidades dos indivíduos com uma confiabilidade relativamente boa, esses métodos estão sujeitos a serem burlados com cópias ou comprometidos por feridas locais.

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Bafos e identificações

Os odores corporais emergem como uma nova classe de autenticação biométrica, baseando-se na composição química única de cada humano para confirmar quem ele é. Gases percutâneos — ou seja, compostos produzidos pela pele — já foram idealizados como métodos de identificação, mas a pele produz uma concentração muito baixa de compostos voláteis para que as máquinas consigam detectar diferenças.

Enquanto a concentração desses compostos fica na casa de partes por bilhão ou trilhão, os exalados pela respiração chegam à proporção de partes por milhão, sendo dramaticamente mais alta. O hálito, na verdade, já foi utilizado para identificar se um indivíduo está com câncer, diabetes ou até mesmo covid-19. Analisando a viabilidade disso para a identificação biométrica, a equipe de cientistas chegou a 28 compostos viáveis.

Foi desenvolvido, então, um sensor olfativo de 16 canais, cada um identificando uma determinada variabilidade de compostos. Passando os dados coletados pelos sensores por um sistema de aprendizado de máquina, os pesquisadores fizeram um sistema de análise da composição do hálito de cada pessoa, desenvolvendo um perfil a ser utilizado para distinguir os indivíduos.

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Testando o sistema com amostras de 6 pessoas, a precisão na identificação do hálito chegou a 97,8%. Essa alta acurácia manteve sua consistência mesmo quando o tamanho da amostra foi aumentado para 20 pessoas — as diferenças entre elas incluíam idade, sexo, e nacionalidade.

Felizes com os resultados, os cientistas admitem, no entanto, que mais trabalho será necessário até a tecnologia chegar aos smartphones. Na pesquisa, os participantes tiveram de jejuar por seis horas antes dos testes: o próximo passo é refinar a técnica para que a identificação possa ocorrer independente da dieta dos indivíduos. Segundo os estudos, adicionar mais sensores e coletar mais dados pode resolver esse problema.

A pesquisa foi realizada por pesquisadores do Kyushu University's Institute for Materials Chemistry and Engineering em conjunto com a University of Tokyo, e publicada no periódico científico Chemical Communications.

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Fonte: Chemical Communications