Publicidade

Gafanhotos criados em ambientes de hipergravidade são muito mais fortes

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
Imagem: Pixabay/Pexels
Imagem: Pixabay/Pexels

Na Alemanha, cientistas da City University of Applied Sciences testaram como a gravidade impacta o nível de força e a estrutura de exoesqueletos de gafanhotos. Até certo ponto, a hipergravidade — três vezes maior que a encontrada na Terra — torna esses insetos mais fortes, mas há um limite para efeito benéfico.

Outro ponto interessante é que, diferentes de outros grupos, como os mamíferos, os gafanhotos e, muito provavelmente, os insetos de modo geral se ajustam rapidamente a essas mudanças na gravidade. Em duas semanas, a maioria dos efeitos já era notada na composição corporal.

Hipergravidade e os gafanhotos

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Publicado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, o estudo investiga como diferentes níveis de gravidade impactam a sobrevivência de gafanhotos adultos da espécie Locusta migratoria, conhecida como gafanhoto-migratório.

Por duas semanas, os insetos foram mantidos em uma centrífuga, que gira constantemente, de modo a exercer uma pressão bastante próxima ao efeito da gravidade. Dentro do equipamento, foram simulados quatro tipos de gravidade: 3G, 5G e 8G, além do grupo controle mantido sob a gravidade da Terra (1G).

Considerando os diferentes cenários, a taxa de mortalidade entre os gafanhotos variou bastante. Na gravidade do planeta, 76% dos insetos sobreviveram. Com 3G de gravidade, a taxa de sobrevivência saltou para 81%. Só que, a partir daí, a hipergravidade passou a ser nociva. Apenas 51% sobreviverem com 5G, enquanto 8G de gravidade matou quase todos — só sobraram 7%.

Os cientistas avaliaram outros parâmetros, como o efeito na espessura do exoesqueleto e na força de suas pernas. Novamente, 3G de gravidade foi o ambiente mais promissor. Com 5G e 8G, a espessura da cutícula resistente foi drasticamente reduzida. No máximo de hipergravidade testado, os insetos também perderam massa corporal.

A partir desses achados, os cientistas querem aproveitar os novos insights no desenvolvimento de biomateriais mais resistentes, capazes de sobreviver e se manter funcional em diferentes tipos de gravidade. Nesse campo, as habilidades deste inseto já foram usadas para desenvolver materiais semelhantes à borracha que podem saltar, sem a necessidade de estímulos externos.

Fonte: Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences