Faca alojada em barriga de paciente migra para o lado oposto sem causar danos
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Um homem nepalês passou por uma curiosa aventura médica após uma briga — ele teve suturas feitas no local do corpo onde foi esfaqueado, porém, no dia seguinte, descobriu que a lâmina de quase 15 cm ainda estava em sua barriga. Mas a coisa não para por aí: quando o exame de raios-x revelou o incidente, o objeto cortante havia mudado de lado no interior do abdômen, sem machucar, no entanto, qualquer parte interna do sujeito.
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O indivíduo, que tem 22 anos, se lembrava vagamente de ter brigado por conta do elevado estado alcoólico no qual se encontrava. Ele foi levado a uma “farmácia local”, segundo descrições, onde um profissional de saúde fechou o ferimento sem checar por restos da arma do ataque e mandou o homem para casa.
No dia seguinte, uma dor contínua, mas branda, seguiu acometendo o lado inferior esquerdo da barriga do nepalês, o que o levou à emergência. Sem indícios de problemas gastrointestinais ou peritonite, onde o tecido interno da cavidade abdominal fica inflamado após ser ferido, os médicos resolveram fazer o exame de raios-x. Foi então que a faca foi notada, na posição oposta ao ferimento, sem causar danos graves aos órgãos. Um estudo de caso sobre o incidente foi publicado na revista científica Cureus.
O perigo das lâminas dentro do corpo
Mesmo escapando de danos graves, o sujeito ainda apresentou um corte de 1 cm na parte da frente do fígado — como fica na parte mais alta e à direita do abdômen, isso provavelmente veio do ataque inicial. É comum, segundo os cientistas, feridas de estocada na barriga, mas é raro que objetos como lâminas fiquem dentro do corpo depois do ataque. O mais comum é que lâminas sejam encontradas no peito.
Há alguns relatos, no entanto, de pessoas que ingeriram objetos pontiagudos, como lâminas de canivete, navalhas e agulhas, e algumas vezes eles são vistos migrando dentro do corpo. No caso do nepalês, a faca foi removida cirurgicamente, e o homem se recuperou e teve alta cinco dias depois. Embora não se saiba como o profissional de saúde não notou o objeto dentro do paciente, o maior mistério, segundo os pesquisadores, é o de como a lâmina viajou por dentro do corpo sem danificar nada em seu caminho.
Fonte: Forensic Science International, The European Journal of Surgery, World Journal of Surgery, Cureus