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Extinção dos dinossauros transformou a Terra em um grande banquete para cobras

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Outubro de 2021 às 10h30

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kuritafsheen77/Freepik
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Vivem hoje, em nosso planeta, cerca de quatro mil espécies de cobras, sendo um grupo de animais tão diverso quanto o de mamíferos. Elas já estão na Terra há bastante tempo e, de acordo com um estudo recente, a extinção dos dinossauros foi crucial para que as cobras ocupassem os habitats e se desenvolvessem rapidamente. 

De acordo com Michael Grundler, pesquisador de ecologia e biologia da Universidade da Califórnia em Los Angeles, pouco se sabia sobre a evolução das cobras por serem animais raramente preservados como fósseis. Então, junto a sua equipe de pesquisadores, o especialista reuniu mais de 34 mil relatórios sobre a dieta de 882 espécies de cobras selvagens e de espécimes dissecados em museus, descobrindo que a dieta desses animais foi modificada de forma rápida.

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Além disso, os cientistas investigaram árvores genealógicas criadas com base na genética das cobras modernas. Com os dados em mãos, o grupo usou modelos matemáticos para fazer a reconstrução da velocidade em que as cobras antigas evoluíram enquanto modificavam suas dietas. Eles contam que as primeiras cobras, provavelmente, se alimentavam de insetos. Até que veio a extinção dos dinossauros. Então, há 66 milhões de anos, elas se modificaram para se alimentar de presas vertebradas. "Pouco depois desse evento, encontramos um sinal de uma grande explosão na diversidade alimentar. Os sobreviventes desenvolveram essa enorme variedade de estilos de alimentação que vemos hoje", conta Grundler.

O pesquisador diz que muitos grupos mudaram suas dietas rapidamente conforme viajavam para novos locais, exemplificando com as cobras dipsadine, uma subfamília que conta com mais de 700 espécies. O especialista conta que, depois de chegar na América do Sul, sua diversidade alimentar cresceu em um curto período de tempo. "Elas evoluíram para se especializarem em minhocas, peixes, sapos, lesmas, enguias e, até mesmo, outras cobras", diz Michael.

Um exemplo de evolução está na cobra da subfamília Pareinae, que vive no sudeste da Ásia e que comem apenas caracóis. Essas criaturas contam com mais dentes de um lado da mandíbula do que o outro para facilitar o processo de extrair o animal de dentro da concha assimétrica. Outros tipos de cobras, por outro lado, evoluíram de forma mais lenta, como as cobras-cegas que se alimentam principalmente de colônias de formigas e cupins, e que continuaram com essa dieta ao longo de dezenas de milhões de anos. 

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Segundo a equipe de pesquisadores, o que pode ter provocado essa diversidade na alimentação das cobras foi o desaparecimento de competidores e a mudança de habitat. Com o surgimento do veneno, as cobras adquiriram capacidade de derrubar presas que, de outra forma, nunca seriam capturadas por elas.

O estudo foi publicado na revista científica PLOS Biology.

Fonte: Popular Science