Explosão de Beirute não foi atômica, mas formou uma nuvem de cogumelo; entenda
Uma explosão da região portuária de Beirute, no Líbano, deixou pelo menos 73 mortos e mais de 2,7 mil feridos nesta terça-feira (4), segundo estatísticas até o fechamento desta reportagem. Trata-se de uma catástrofe sem precedentes para o país, que já anunciou luto federal e anunciou severas investigações contra a empresa responsável por manter um depósito de nitrato de amônio sem as devidas medidas cautelares.
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Videos of the aftermath of deadly explosions in Beirut show wounded people staggering through dust and rubble, and extensive damage where flying debris had punched holes in walls. Hospitals were so overwhelmed that they were turning wounded people away. https://t.co/XIpqrge1J4 pic.twitter.com/zvG0uQoKYy
— The New York Times (@nytimes) August 4, 2020
Uma das curiosidades científicas que foram amplamente discutidas nas redes sociais, porém, é o fato de que tal explosão gerou uma “nuvem de cogumelo”, cuja imagem popularmente costuma ser associada à detonação de bombas nucleares. Tal fato, junto ao conhecimento popular de o Líbano já ter sido alvo de atentados terroristas, fez com que alguns internautas criassem teorias de que a explosão teria sido, na verdade, a de uma bomba atômica.
Acontece que tal teoria é inválida: nuvens de cogumelo surgem em qualquer explosão de grande magnitude ocorrida no solo, por conta de um fenômeno da física conhecido como instabilidade de Rayleigh–Taylor. Basicamente, a detonação produz gás quente, que rapidamente sobe pela atmosfera terrestre. Porém, o ar frio localizado lá em cima confronta-se com esse gás, e, por ser mais denso, “empurra” o gás de volta para baixo.

E é daí que surge a nuvem de cogumelo: o “tronco” é a subida dos gases quentes, enquanto aquele “chapéu” é, nada mais e nada menos, do que esses mesmos gases sendo empurrados para baixo (e se dispersando horizontalmente no processo) pela massa de ar frio.
Ou seja: sendo ocasionada ou não por uma bomba atômica, uma explosão no solo, a essa magnitude, quase sempre formará uma nuvem pirocúmulo (nome científico correto para as popularmente chamadas de nuvens de cogumelo).
Fonte: Popular Mechanics
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