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Entendendo a loucura de quem acredita que a Terra é plana

Por| 27 de Janeiro de 2016 às 09h14

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Entendendo a loucura de quem acredita que a Terra é plana
Entendendo a loucura de quem acredita que a Terra é plana

Durante muitos séculos, a humanidade acreditou que a Terra era plana. Era o pensamento mais lógico para o cidadão comum da Idade Média, que via um mundo plano à sua frente e não algo que remetesse a uma superfície esférica. Por mais que a ciência tenha provado que estamos mesmo habitando um gigantesco globo, ainda tem uns malucos por aí que insistem em dizer que essa ideia de planeta redondo é tudo uma conspiração.

Tanto que há até um grupo organizado de pessoas que acreditam nessa teoria. A Sociedade da Terra Plana existe desde 2004 e possui apenas 200 membros, mas conta com um site próprio e várias explicações que reforçam seu ponto de vista sobre a forma da Terra — com direito até mesmo a uma biblioteca sobre o tema, uma galeria de mapas e fóruns para que os participantes discutam suas teorias. Há também uma loja com produtos relacionadas a isso tudo, mas todos os itens estão fora de estoque.

É claro que há muita piada nisso tudo, mas também há aqueles que levam a discussão toda muito a sério. Segundo o vice-presidente da Sociedade, Michael Wilmore, muitos associados participam apenas para ter um certificado engraçado em suas paredes, mas outros têm uma crença legítima sobre o assunto e que ele mesmo acredita nisso de verdade. Para Wilmore, esse ponto de vista é resultado de um processo de "introspecção filosófica e uma quantidade considerável de dados" que ele observou.

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No entanto, e se eles estiverem certos? E se toda a ciência moderna que afirma que a Terra é redonda for uma fraude? Ok, sabemos que não é nada disso, mas é possível imaginar como seriam as coisas caso realmente estivéssemos vivendo em um enorme prato no meio do espaço.

Entendendo a "ciência" da Terra Plana

Segundo as teorias que dizem que o nosso planeta é, na verdade, um grande disco, há uma gigantesca barreira nos protegendo e criando a estabilidade necessária para que isso permaneça estável: o firmamento. Assim como alguns artistas medievais imaginavam o céu, aqueles que creem nessa teoria acreditam que há uma espécie de redoma sobre nossas cabeças. É um conceito bem parecido com aquele que o Velho Testamento apresenta na Bíblia — e, como estamos falando de um pensamento que vem da Idade Média, que era altamente religiosa, fica fácil entender a relação entre tudo isso.

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Um fato curioso é que esse pessoal não acha que os estudos de Nicolau Copérnico que determinaram a esfericidade de nosso planeta seja uma completa baboseira, mas apenas algo equivocado. Segundo algumas explicações, os cálculos estavam certos, mas lhe faltava a tecnologia necessária para enxergar a verdade. E, desde então, vivemos em uma enorme (e redonda) mentira. E é aí que a coisa começa a ficar divertida de verdade.

Teorias da conspiração

Se o mundo está vivendo durante séculos uma farsa, é porque há alguém acobertando isso. Em outras palavras, há toda uma conspiração para fazê-lo acreditar que estamos em uma esfera. Talvez os fabricantes de globo, os Iluminatis ou mesmo os reptilianos, tem alguém por trás disso.

E esse "acordo" pode ter nascido durante a Guerra Fria. Como Estados Unidos e União Soviética tentaram lançar seus programas espaciais, as duas nações teriam concordado em esconder o fracasso dessas missões. Assim, todas aquelas imagens que vimos do espaço, a sonda em Marte e as imagens de Plutão seriam apenas conteúdo forjados pela NASA para garantir que a verdade jamais venha à tona. E, corroborando um pensamento bastante comum, a viagem do homem à Lua teria sido mesmo filmada por Stanley Kubrick em algum estúdio de cinema.

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O curioso é que esse plano maquiavélico da agência espacial norte-americana não se limitaria apenas a fazer fotos e vídeos falsos, mas também conduzir o comportamento humano a partir dessa crença. Sabe aquele GPS que você usa todos os dias para ir ao trabalho? Pois ele utilizaria dados forjados pelos americanos a partir de outras técnicas de localização. E a razão para todo esse empenho não estaria apenas pela diversão de esconder a verdade, mas pelo dinheiro que isso proporciona.

A teoria da conspiração que acompanha a ideia da Terra Plana afirma que o órgão consegue captar uma quantidade absurda de dinheiro em projetos impossíveis e continua reforçando uma mentira, fazendo com que mais pessoas acreditem nela. Além disso, os EUA poderiam retirar muitos recursos naturais que, teoricamente, não existiriam caso o planeta fosse redondo.

Isso tudo parece ter saído de algum filme ruim, mas a coisa fica ainda mais curiosa quando um suposto ex-funcionário da NASA vem a público expor a verdade. Segundo Matthew Boylan, ele foi contratado para fazer as artes falsas que seriam divulgadas ao mundo. Contudo, ao saber da verdade, ele decidiu revelar isso ao mundo.

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Intrigante, não é mesmo? Quer dizer, teria tudo para ser uma teoria da conspiração perfeita se não fosse o simples fato de que muita gente duvida da própria sanidade de Boylan. Como o site Time to United aponta, seu canal no YouTube é repleto de conteúdo que destaca uma possível loucura. Além disso, outros vídeos mostram ele forjando acidentes e coisas do tipo apenas para se manter em evidência.

Mas, e a gravidade?

Se a Terra fosse realmente plana, muita coisa mudaria em termos de ciência. Toda a explicação sobre as estações do ano, gravidade e tudo aquilo que você viu nas aulas de Ciências teria de mudar.

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Para justificar a mudança entre verão e inverno, os crentes na Teoria da Terra Plana apelam para o velho geocentrismo, ou seja, a crença de que estamos no centro do universo e que o Sol orbita ao nosso redor. Como pode ser visto na imagem abaixo, o tamanho da órbita solar definiria em que estação estaríamos.

Já a gravidade seria apenas mais uma farsa. Como explicado na wiki da Sociedade da Terra Plana, essa força que puxaria todos os objetos para o centro da Terra não existe e a justificativa para os objetos caírem é a chamada "aceleração universal". Só que essa aceleração funciona exatamente como a gravidade, mantendo até mesmo os 9,8 m/s² nos seus cálculos.

Fonte: Black Bag, The Flat Earth Society, Time to Unite