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Encontrado fóssil de ancestral do cachorro, de 24 milhões de anos, nos EUA

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Maio de 2022 às 13h30

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Cypress Hansen/Museu de História Natural de San Diego
Cypress Hansen/Museu de História Natural de San Diego

Um projeto de construção em 2019 em San Diego, EUA, acabou encontrando um pedaço saliente de rocha contendo algo único: restos do esqueleto fossilizado de uma espécie ancestral dos cães, extinta há milhões de anos. O artefato chegou até o San Diego Natural History Museum, onde palentólogos puseram-se a desencavar o fóssil da rocha para estudo.

A espécie só foi identificada após os ossos da face e dentes chegarem à superfície, e então determinou-se que se tratava de um Archeocyon, grupo de animais cujo nome significa "cão antigo" e que costumava viver onde hoje é San Diego de 24 a 24 milhões de anos atrás, no final do período geológico conhecido como Oligoceno.

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Paleontólogos como a assistente de curadoria Amanda Linn ficaram cerca de 120 horas trabalhando no artefato, removendo lascas de pedra e limpando a área ao redor do fóssil. Segundo ela, foi como encontrar um galho de árvore, mas ainda precisar de mais deles para saber que tipo de planta é. Ao revelar os ossos, eles se começam a desintegrar, então foi necessária muita paciência e cola.

A cada osso, ficava mais clara a origem do animal, cujo fóssil estava, de maneira geral, intacto. O crânio, dentes, espinha dorsal, pernas, tornozelos e dedos foram todos descobertos, dando aos cientistas uma visão mais completa do animal e indicando as diferenças entre o ancião canino e o atual melhor amigo do homem. O trabalho demorou, dado que teve de praticamente parar devido à pandemia do novo coronavírus.

Como era o cão ancestral

O Archecyon, como revelado por seu fóssil, era do tamanho de uma raposa-cinzenta dos dias atuais (Urocyon cinereoargenteus), andava na ponta dos pés e tinha garras não retráteis, que provavelmente usava para subir em árvores, nas quais os cientistas acreditam que residia. O animal também tinha pernas longas, indicando que perseguia presas por longas distâncias em campo aberto, além de uma cauda musculosa, que provavelmente ajudava no equilíbrio e na hora de fazer curvas.

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Feliz com a descoberta, a equipe da curadoria do museu convida acadêmicos da área para visitarem e realizarem pesquisas no fóssil, que acreditam ainda ter muito a revelar sobre a espécie. Até agora quem trabalhou no achado foram a pesquisadora de pós-doutorado Ashley Poust, junto a Linn e o curador de paleontologia do museu Tom Deméré. Por enquanto, Linn teve de parar com os estudos até que cheguem mais especialistas, por ordem de Deméré, que prefere esperar um paleontólogo de renome.

Fósseis como esse haviam sido encontrados, até o momento, apenas no noroeste do Pacífico e nas Grandes Planícies dos Estados Unidos. É a primeira vez que um fóssil da espécie aparece no sul da Califórnia, local afetado por geleiras e placas tectônicas, causando a destruição e enterro de diversos fósseis no subsolo.

Fonte: The San Diego Union-Tribune