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DNA pode ser coletado no ar em investigações criminais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Abril de 2024 às 16h04

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iuriimotov/Freepik
iuriimotov/Freepik

Para identificar criminosos, não será mais necessário coletar impressões digitais na cena de um crime ou analisar fios de cabelo, sêmen e outros vestígios “comuns” de material genético. A alternativa proposta pela ciência forense é a coleta e o estudo do DNA humano encontrado no ar e até em aparelhos de ar-condicionado.

Toda a proposta desenvolvida por pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, pode parecer ficção científica, mas não é. O projeto ainda em fase piloto se aproveita de uma área emergente do conhecimento que envolve o DNA ambiental (e-DNA) — é a análise do DNA de organismos em amostras coletadas no ambiente, como o ar, a água e a terra. 

Inclusive, o método envolvendo o DNA ambiental é usado por biólogos na detecção de criaturas que vivem nas profundezas dos oceanos, local pouco conhecido pelos humanos.

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Descoberta de criminosos sem digitais

“O DNA humano pode ser encontrado no ar depois que as pessoas falam ou respiram — por meio de gotículas de saliva”, afirma Emily Bibbo, pesquisadora da universidade australiana e uma das autoras do estudo, em nota. Fragmentos das células da pele também podem ajudar nessa missão.

“Podemos usar [todo esse DNA deixado no ambiente] como evidência para provar se alguém esteve na sala, mesmo que usasse luvas ou limpasse as superfícies para remover as evidências”, acrescenta Bibbo sobre as potencialidades da nova técnica.

Testes com DNA coletado no ar

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Publicado na revista científica Electrophoresis, o novo estudo procurar identificar o DNA de pessoas em que estiveram em uma sala de um escritório ou mesmo dentro de casa, como se estes cenários fossem hipotéticas cenas de um terrível assassinato. O equipamento do ar-condicionado também foi analisado.

Segundo os autores, o DNA encontrado no ar pode ser usado para identificar uma pessoa que passou por determinado ambiente. Quando se analisa o DNA coletado do ar de uma sala, a amostra é representativa da ocupação mais recente. Já as amostras encontradas no filtro do ar-condicionado indicam presenças, um pouco, mais antigas e mais recorrentes. 

"A amostragem de unidades de ar-condicionado pode ser usada para identificar ocupantes habituais ou de longo prazo de um espaço, e a amostragem de ar pode ajudar na identificação de usuários recentes ou de curto prazo de um espaço", pontuam os autores, em artigo.

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Se a presença de uma pessoa na cena de um crime não é suficiente para provar um crime — diferente do sangue deixado em uma arma —, ela pode ao menos comprovar se determinado suspeito estava ali ou não. Também podem revelar visitas frequentes a alguém que foi assassinado. 

Antes da técnica começar a ser usada na prática, a equipe quer entender quais são as melhores formas de coleta das amostras, o que aumentará a precisão dos resultados na identificação de crimes.

Fonte: Electrophoresis e Scimex