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Cientistas acham fóssil de vômito jurássico nos EUA

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Ghedoghedo/CC-BY-3.0
Ghedoghedo/CC-BY-3.0

Cientistas descobrem o final de um banquete jurássico na forma de um fóssil preservado de um vômito de dinossauro — sim, isso existe, e é chamado de regurgitólito, os restos fossilizados do que um dia foi o conteúdo de um estômago antiquíssimo. Encontrado na Formação Morrison, no estado de Utah, Estados Unidos, o fóssil do vômito de centenas de milhões de anos contém ossos de vários animais aglomerados.

O inusitado achado aconteceu, primeiramente, em 2018, e intrigou os cientistas à época: a formação, que fica na região oeste do país, é chamada de "Bar de Saladas Jurássico", já que costuma conter restos de plantas e outras matérias orgânicas antigas fossilizadas, não ossos. O conteúdo estomacal também é chamado de bromálito, assim como qualquer material do sistema digestivo de um organismo.

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Vômito jurássico: um achado especial

As rochas sedimentares da Formação Morrison costumam conter fósseis do período Jurássico, como seu apelido já diz, que foi de 164 milhões a 145 milhões de anos. A pilha compacta de ossos em questão, com cerca de 1 cm², foi um achado especial: o fato de não estarem espalhados já chamou a atenção, além de serem os primeiros ossos encontrados no local.

Acreditando ter encontrado os restos de apenas uma criatura, os pesquisadores logo notaram que eles pertenciam, na verdade, a várias. Analisando-os, foi notado que grande parte dos ossos pertenceu a um sapo e a pelo menos uma salamandra, e foi aí que começou a se teorizar terem sido parte do vômito antigo de um predador.

Além dos ossos de anfíbios, que incluíam principalmente os fêmures de um sapo, havia diversas vértebras de animais não identificados. Uma dúzia de fragmentos de osso estava aglomerada, junto a uma matriz de tecido mole fossilizado. Ao contrário de coprólitos — fezes fossilizadas —, os restos não estavam totalmente digeridos, o que levou à determinação de que teriam sido regurgitados.

Embora regurgitólitos já tenham sido encontrados pelo mundo, esse é o primeiro da Formação Morisson, o que já o torna bem único. Não há como saber a espécie que devolveu o almoço há milhões de anos, ou porque ela o fez, mas análises seguintes podem ajudar a determinar outros componentes ingeridos pelo animal.

Os suspeitos são tartarugas, peixes e mamíferos semi-aquáticos, mas, de acordo com achados anteriores nas proximidades, o peixe Amia é o predador mais provável. Peixes podem acabar vomitando por ter comido demais ou mesmo como uma técnica de distração, utilizada na fuga de predadores maiores.

As análises serão realizadas a partir de análises químicas, que talvez deem algumas dicas do que levou ao acontecimento e à descoberta do que forma os tecidos moles. Talvez os anfíbios fossem venenosos, e isso induziu o predador em questão ao vômito? Não sabemos, mas podemos teorizar à vontade, por enquanto. O estudo foi publicado no dia 25 de agosto, na revista científica Palaios.

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Fonte: Palaios