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Aranhas usam show de luzes dos vaga-lumes para fisgar mais presas nas teias

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 Egor Kamelev/Pexels
Egor Kamelev/Pexels

Os vaga-lumes usam suas luzes por meio de uma incrível habilidade chamada bioluminescência, e isso ajuda a comunicar com outros da mesma espécie ou impressionar parceiros. No entanto, algumas espécies de aranha conseguiram "decodificar" o sinal e passaram a usar isso a seu favor, para atrair presas, conforme mostra um estudo publicado na Current Biology nesta segunda-feira (19).

O artigo mostra que as aranhas da espécie Araneus ventricosus prendem vaga-lumes machos em suas teias e então manipulam os sinais de luz para imitar os flashes típicos feitos por vaga-lumes fêmeas. Esses flashes fingidos então atraem outros machos para a teia, e eles se tornam a sua próxima refeição.

Para o estudo, a equipe observou os sinais do vaga-lume e o comportamento da aranha. As observações mostraram que a teia da aranha capturou vaga-lumes machos com mais frequência quando a aranha estava lá.

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Com essa observação, os pesquisadores descobriram que os sinais criados por vaga-lumes machos em teias com aranhas presentes pareciam mais com os sinais feitos por fêmeas: esses machos presos usavam sinais de pulso único que usam apenas uma lanterna e não ambas, como de costume. 

Vaga-lumes atraem presas para as aranhas

O que mais intrigou os cientistas foi que os vaga-lumes machos presos na teia raramente atraíam outros machos quando estavam sozinhos e a aranha não estava por perto.

Com isso, a teoria é que os machos não estavam alterando seus flashes como um tipo de sinal de socorro. A equipe acredita que as aranhas estão alterando o sinal do vaga-lume.

"A. ventricosus pratica comunicação interespecífica enganosa ao primeiro prender vaga-lumes machos em sua teia e então predispor os vaga-lumes machos aprisionados a transmitir sinais bioluminescentes que se desviam dos sinais de atração de fêmeas tipicamente feitos por machos de A. terminalis e, em vez disso, imitam os sinais de atração de machos tipicamente feitos por fêmeas", diz o estudo. 

"O resultado é que os vaga-lumes machos aprisionados transmitem sinais falsos que atraem mais vaga-lumes machos para a teia", completam os pesquisadores. 

A própria equipe reconhece que futuros estudos são necessários para determinar o que exatamente está mudando no padrão de luzes dos vaga-lumes presos e qual a exata influência das aranhas nisso. 

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Fonte: Current Biology