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10 coisas que tornam os seres humanos especiais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Setembro de 2022 às 17h00

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Diego Sanchez/Unsplash
Diego Sanchez/Unsplash

Por muito tempo, antes de entendermos como funciona a seleção natural das espécies e evolução da vida na Terra, nós, seres humanos, sequer sabíamos que éramos animais — tanto quanto as outras criaturas que co-habitam o planeta. Para sermos justos, somos uma espécie muito diferente das outras, por uma série de fatores biológicos. Vamos, aqui, elencar 10 das coisas que nos tornam diferenciados do ponto de vista da ciência.

Fala

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Como bons animais sociais, nós adoramos falar. A comunicação não é uma exclusividade dos seres humanos, mas nem nossos primos mais próximos, os primatas, conseguem falar como conseguimos, apesar de terem uma laringe e aparelho vocal parecidos. Nossa genética e anatomia do trato vocal, no entanto, são diferentes o suficiente para nos dar alguma vantagem.

A diferença também é cerebral: quanto maior o córtex associado ao controle voluntário do comportamento e o tronco cerebral que controla os músculos da produção vocal, maior o repertório sonoro que conseguimos reproduzir. Acontece que, de acordo com estudos, essas áreas são maiores nos humanos do que em outros animais.

Poucos pelos

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Talvez a diferença mais perceptível entre nós e os macacos seja, à primeira vista, a quantidade de pelos. O curioso é que um centímetro quadrado de pele humana tem tantos folículos capilares quanto nos chimpanzés (Pan troglodytes). A questão é que nossos pelos são mais curtos, finos e leves, quase invisíveis em muitos casos. Estudos sugerem que eles não sumiram, aliás, porque nos ajudam a detectar parasitas com mais facilidade.

Há cerca de 2 milhões de anos, o gênero Homo se adaptou para miniaturizar o pelo corporal em favor das glândulas sudoríparas écrinas, mais presentes nas palmas das mãos e solas de outros mamíferos. Isso nos permite perder calor pelo suor em corridas de longa distância — caso fôssemos muito peludos, o suor ficaria nos pelos, dificultando sua evaporação, que permite o resfriamento com facilidade.

Usamos roupas

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De certa forma, compensamos nossa falta de pelos com roupas — pelo menos para manter o calor corporal sob controle. Chimpanzés já foram flagrados com adornos corporais, como colares feitos de pele de inimigos abatidos ou folhas amarradas nas orelhas como brincos, mas nada elaborado para insular o corpo dos elementos, como nós fazemos.

Até mesmo adaptamos certos animais para atacarem roupas sem querer: um tipo de piolho, o Pediculus humanus humanus (ou muquirana), se prende a tecidos ao invés de pelos por uma seleção não intencional feita por nós. E, embora tentemos vestir alguns animais, vários tutores de pets sabem como é difícil fazê-los gostar do costume.

Cérebro avantajado

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O que mais nos diferencia dos animais, sem dúvidas, é o nosso grande cérebro — literal e figurativamente. Nosso córtex cerebral é superdesenvolvido, tendo cerca de 80% da massa do órgão e contendo cerca de 100 bilhões de neurônios, e é associado a pensamentos complexos como tomada de decisões, controle das ações, regulação das emoções e linguagem.

Apesar de totalizar apenas 2% do nosso peso corporal, o cérebro consome mais de 25% da energia do organismo. Ele não é o maior do reino animal, recorde mantido pelas baleias cachalote, mas seus 1,3 kg são muito bem aproveitados com pensamento abstrato, raciocínio e muito mais.

Mãos e polegares opositores

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Não somos os únicos animais a possuir polegares opositores, também compartilhados pela maioria dos primatas, mas nossa habilidade de levar o polegar até os dedos anelar e mindinho nos dão uma vantagem inimaginável, permitindo uma pegada firme em objetos e sua manipulação. Também temos controle fino dos músculos, permitindo ações muito específicas, como atirar bolas curvas ou assinar nossos nomes com uma caneta.

Postura ereta

Outra grande diferença em relação aos primatas é a nossa postura: nos locomovemos sempre em pé, livrando as mãos para o uso de ferramentas. Nem tudo são flores, já que as mudanças evolucionárias da pélvis que nos permitiram andar assim deixaram o parto humano bem mais perigoso que o dos animais — o que é agravado pelo grande cérebro dos bebês da nossa espécie.

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A curva no final da nossa lombar ajuda a manter o equilíbrio e a andar de forma eficiente, mas também nos deixa vulneráveis a dores nas costas e a deformações a longo prazo. Talvez andar em quatro patas não seja tão ruim assim, não é?

Infância longa

Os filhotes humanos precisam ficar ao cuidado dos pais por muito mais tempo do que outros primatas: o dobro do que os chimpanzés, pelo menos. Nossos ancestrais humanos, como os Homo erectus, também envelheciam mais rápido. Isso pode acontecer por causa do nosso cérebro, que precisa amadurecer fisiologicamente e gerar uma "independência mental".

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Outros animais que possuem muitos neurônios no córtex cerebral, como outros mamíferos e alguns pássaros, também têm infâncias mais longas e longevidade estendida. Com mais tempo sob cuidados, espécies assim possuem mais oportunidades para aprender com a experiência, interagindo com o ambiente à supervisão de seus pais.

Vida pós-parto

Não é incomum encontrarmos animais que se reproduzem até morrer ou perecem após cuidarem dos filhotes o bastante para que tenham independência: o rato-marsupial-australiano (Antechinus vandycki), por exemplo, faz uma maratona de acasalamento que só para quando o macho falece, assim como algumas espécies de polvo, onde o macho morre após acasalar, e a mãe, após cuidar dos ovos.

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Na nossa espécie, ambos os envolvidos no processo de reprodução vivem por muito tempo após terem filhos. Os laços sociais entre familiares, nos humanos, são muito importantes, e estudos já comprovaram até mesmo o "efeito avó" ao analisar nascimentos e mortes entre 1731 e 1890, na Finlândia: com avós maternas presentes (e entre 50 e 75 anos), os bebês tinham chances maiores de sobreviver, provavelmente por conta da ajuda na criação.

Ficamos vermelhos

Somos a única espécie que fica vermelha de vergonha, ou enrubesce, o que Charles Darwin descreveu como "a mais peculiar e mais humana das expressões". Não sabemos exatamente a causa do comportamento, mas é provável que seja uma maneira de reconhecer erros involuntariamente e revelar emoções, o que evita confrontos com outros humanos — uma perspectiva evolucionária do ato.

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Também pode ser um indicador de inteligência emocional: para que nos sintamos envergonhados, é necessário que consigamos sentir o que outros humanos sentem, ou ao menos buscarmos esse entendimento. É preciso ser empático e inteligente frente à situação social enfrentada para isso acontecer.

Domínio do fogo

O domínio do fogo, a partir do momento em que o obtivemos, revolucionou nossa espécie. Ele permitiu vermos no escuro, afastar predadores noturnos e até diurnos e ajudou a nos manter aquecidos em invernos rigorosos, nos deixando viver em lugares mais frios. A habilidade de cozinhar os alimentos, segundo cientistas, pode ter ajudado na nossa evolução, já que é mais fácil mastigar e digerir comidas cozidas, o que pode ter reduzido nossos dentes e intestinos.

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Apesar de encontrarmos evidências do uso controlado de fogo de 1 milhão de anos atrás, a arqueologia mostra que isso só se popularizou e se espalhou pela África, Ásia, Europa e Oriente Médio há 400.000 anos.

Fonte: via LiveScience