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Delta celebra centenário na CES 2025 e promete mais tecnologia para passageiros

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Felipe Szatkowski/Canaltech
Felipe Szatkowski/Canaltech

De Las Vegas, EUA – Uma das companhias aéreas mais antigas do mundo ainda em atividade, a Delta Airlines celebrou seu centenário durante a CES 2025. O Canaltech esteve na apresentação da empresa e entrevistou um representante da Delta, justamente para entender a importância da América Latina para a companhia.

Durante a apresentação, a Delta prestou homenagens aos seus colaboradores, pela importância de cada um deles durante esses 100 anos de história. Além disso, a companhia apresentou parcerias para melhorar o entretenimento dos passageiros durante as viagens.

Para aumentar as possibilidades de conectividade a bordo, a empresa fechou uma parceria com o YouTube. Sendo assim, será possível que os passageiros que façam parte do SkyMiles, programa de milhagem da companhia, possam desfrutar dos conteúdos da plataforma sem nenhum anúncio.

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Ainda sobre o entretenimento a bordo, a Delta vai oferecer em breve um sistema baseado em nuvem. Ainda não há data prevista para o lançamento, mas a companhia garante que seu sistema terá experiências mais inteligentes, personalizadas e acessíveis para os viajantes. A nova tela será de QLED 4K com HDR inteligente Bluetooth.

Delta e a inteligência artificial

Tecnologia que está em alta em diversas áreas, a inteligência artificial também será explorada pela Delta. Na CES 2025, a empresa aérea anunciou que vai integrar a IA ao aplicativo Fly Delta a partir deste ano. Para isso, vai entrar em cena o Delta Concierge, ferramenta digital que utiliza a IA generativa para criar momentos personalizados de acordo com as necessidades do passageiro.

Por meio de uma parceria com a Uber e, futuramente, com a Joby, que vai atuar no segmento de carros voadores (ou eVTOL), será possível que o passageiro otimize seu tempo durante todo o trajeto da viagem, inclusive no deslocamento para o aeroporto. O Delta Concierge também usará a IA para auxiliar no planejamento pré-viagem, e até orientações em aeroportos desconhecidos podem ser oferecidas no serviço.

Entrevista para o Canaltech

O Canaltech aproveitou a CES 2025 para entrevistar o diretor geral para América Latina, Caribe e sul da Flórida da Delta, Luciano Macagno. Na conversa, o executivo falou sobre a importância da região da América Latina para a companhia, explicou o funcionamento de algumas tecnologias, e até mesmo como a questão do dólar impacta as viagens.

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Canaltech: Qual é a importância do mercado latino-americano para a estratégia global da Delta?

Luciano Macagno: É super importante, lógico, mas ainda mais agora que estamos com a parceria com a Latam. A América Latina sempre tem sido um mercado com muito potencial. Tínhamos uma presença forte, mas menor. No mercado que a gente estava, éramos bem reconhecidos, com boa presença, mas a Delta não estava entre as maiores. Um mercado que acaba sendo entre os 5 ou 10% da aviação global. No momento em que fechamos essa parceria com a Latam, há dois anos, isso nos possibilitou aprofundarmos mais no mercado já com um parceiro que é bem reconhecido, com a marca forte, com presença, com negócio forte.

Então para nós, mesmo que a Delta esteja na América Latina há 90 anos, começamos realmente nosso caminho faz 2 anos, por conta dessa presença tão forte que a gente tem com a Latam. Ainda há um longo caminho, mas já percorremos bastante nos primeiros 2 anos. Nosso crescimento tem sido de 68% na nossa oferta, junto com a Latam. Por isso temos investido tempo, esforço, processos, para integrar nossa experiência aos clientes, com o menor nível de fricção possível. Ainda há muito a ser feito, mas estamos super engajados e muito felizes com a aliança.

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Tecnologia para o rastreio de malas

CT: E sobre o aplicativo da Delta? Tive a experiência dele me alertar que minha mala já estava dentro do avião. Quais outros diferenciais? E quais novidades podem surgir no aplicativo?

LM: Estamos trabalhando no Face ID também. Hoje no aplicativo, é possível fazer o check-in automático, tudo. Acho que o maior diferencial que a gente tem incorporado é esse monitoramento por meio do RFID (sistema de radiofrequência instalado nas etiquetas) nas malas que já temos e que a Delta foi pioneira.

Esse foi o primeiro grande passo que a gente fez com a tecnologia. O interessante da história desse sistema é que a empresa estava fazendo um monitoramento dos pontos de estresse dos nossos clientes ao longo de toda a sua viagem.

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Descobrimos que o momento de maior estresse era quando a mala era despachada e depois ao ficar esperando na esteira, no momento do desembarque esperando a mala. Foi por isso que a gente fez um investimento, colocou as tags e hoje é possível fazer o monitoramento das malas.

Delta Lounge

CT: Delta Lounge: vocês estão lançando, já tem três unidades, né? Pode falar um pouquinho sobre esse serviço?

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LM: A gente lançou três Delta One Lounges. Isso tem a ver com um caminho que estamos percorrendo hoje, que é cada vez mais trazer valor premium. Depois da pandemia, os clientes desejam por serviços assim. Quem voava na Economy, hoje queria voar na Comfort Plus. Quem voava na Comfort Plus, queria aproveitar a Premium Select, e depois da premium select queria voar Delta One. E a gente tem cada vez mais consumo. Grande parte da nossa receita, quase metade dela, vem de produtos premium.

Então são clientes que estão escolhendo pagar por serviços além de decolar e pousar. Serviço a bordo, serviço antes, serviço depois. Os nossos Delta One Lounges tem a ver com isso, com essa maior procura e demanda de produtos premium. É um lounge especial. Nossos SkyClubs já são muito bons, muito premiados, mas o Delta One Lounge está bem acima. Acesso exclusivo só para clientes Delta One. Não consegue pagar para entrar, não consegue através de cartão de crédito, nada disso. Somente voando no Delta One é que você consegue ter acesso.

E tem outra oferta de gastronomia, um cardápio exclusivo. Além disso, tem chuveiro, eles vão te passar a roupa, vão entregar a roupa passada depois de você sair do banheiro, tem massagem, enfim. Cada um deles tem coisas especiais e diferentes.

Dólar alto e os impactos nas viagens

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CT: E a questão da flutuação da moeda? O Real desvalorizou recentemente. Isso tem impactado também a Delta e como que a companhia tem se posicionado para tentar resolver essa situação para o próprio brasileiro, que agora paga mais para viajar?

LM: Olha, o que mais impacta na moeda é o momento da flutuação. Mas quando ele já chega num patamar, não impacta tanto, sem importar qual seja o patamar, o mercado se adapta e o mercado continua viajando igual. O problema é quando está subindo e descendo. Isso causa uma parada a curto prazo, mas quando o câmbio se acomodar e estabilizar, o mercado sempre reage de maneira positiva.

Gastos com combustíveis e aeronaves elétricas

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CT: Um dos principais custos da Delta, sem dúvida nenhuma, assim como qualquer companhia, deve ser o combustível de aviação, não é?

LM: O combustível sempre é um custo muito relevante na nossa indústria. Tanto que a gente tem incorporado aeronaves que consomem menos. Por exemplo, hoje a gente voa América Latina a aeronave Airbus A330-900 Neo, que é um avião que consome até 25% a menos de combustível, mas sim. Mesmo assim, o combustível sempre vai ser um um um insumo muito relevante na nossa indústria.

CT: Perfeito. Existe alguma iniciativa para eletrificação da frota? Vocês estão trabalhando em alguma coisa nesse sentido?

LM: Hoje não. A gente tem empresas especializadas nisso. No nosso negócio, hoje, não existe ainda a tecnologia para viajar com uma aeronave 100% elétrica.

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*Com colaboração de Leo Alves