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Placa preta | Tudo sobre a identificação de colecionador para carros antigos

Por| Editado por Jones Oliveira | 05 de Junho de 2022 às 09h30

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Fábio Ricardo/Flickr/CC
Fábio Ricardo/Flickr/CC

Se você já viu um carro com placa preta rodando pelas ruas e avenidas, pode ter certeza de ao menos uma coisa: o dono teve que cuidar dele com muito carinho e percorrer um longo caminho até receber a autorização dos órgãos competentes para, enfim, mostrar ao mundo que é um colecionador de carros antigos.

Sinal de status entre os gearheads, a placa preta chegou a ter sua continuidade ameaçada após a implementação do modelo Mercosul no país. E não apenas pelo sistema padronizado adotado nos países do grupo, que obrigou o Brasil a trocar um número por uma letra na sinalização. O problema é que a placa preta, acreditem, deixou de ser preta.

Implantado oficialmente em fevereiro de 2020, o "padrão Mercosul" obrigou os proprietários de carros com placa preta, ou seja, que se encaixavam na identificação de colecionador para carros antigos, a adotar os modelos novos. E as placas padronizadas eram tudo, exceto pretas. Elas tinham a cor branca ao fundo, e as letras eram prateadas. Essa combinação deixava as placas muito parecidas com as usadas em carros “comuns”.

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Placa preta ficou “morta” por mais de um ano

A confusão em torno da nova orientação gerou polêmica, e a placa preta, principal identificação para quem era colecionador de carros antigos, ficou “morta” por mais de um ano. Em dezembro de 2021, no entanto, uma determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) foi publicada no Diário Oficial da União e fez os gearheads voltarem a sorrir.

O órgão aprovou a volta da placa preta (agora preta MESMO), devidamente enquadrada às regulamentações e diretrizes estabelecidas pelo Mercosul. Os emplacamentos com a nova identificação foram liberados a partir do dia 1º de junho de 2022, ou seja, seis meses após a publicação no Diário Oficial da União, período em que os fornecedores e órgãos de trânsito puderam se adequar às mudanças estéticas.

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A nova placa preta, que já pode ser usada como identificação para quem é colecionador de carros antigos, precisa seguir o modelo padrão Mercosul. Isso significa que ela é formada, obrigatoriamente, por quatro letras e três números (na cor branca), tarja superior na cor azul e, claro, estar em um carro que atende às especificações prévias para ter o privilégio de ser equipado com ela.

Os carros brasileiros, ao menos por enquanto, não têm autorização para rodar com a placa preta fora do país. Segundo Frederico Carneiro, secretário nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura, no entanto, a situação pode mudar em breve. O desejo dele é liberar a circulação nos países membros do Mercosul, pois a placa preta “valoriza, marca e sela o veículo de coleção, o veículo antigo”.

O que um carro precisa para ter placa preta?

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Mas afinal de contas, o que um carro precisa para ser considerado um item de colecionador e ter uma placa preta? Há muitos mitos a respeito do tema e, por isso, o Canaltech preparou uma breve listinha com o que um gearhead apaixonado precisa saber para cumprir os requisitos.

A lei que estabelece se um carro de colecionador se enquadra ou não na classificação de carros antigos foi criada pelo Contran em 1998, por meio da resolução número 56. Os principais pontos que os carros precisam cumprir para obter a cobiçada placa preta são os seguintes:

  • Terem sido fabricados há mais de 30 anos;
  • Conservarem suas características originais de fabricação em, no mínimo, 80%;
  • Terem um certificado de originalidade aprovado pelos clubes credenciados ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
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Exemplos de carros "modificados"

De acordo com a resolução 957/2022 do Contran, há algumas modificações que o pleiteante a entrar no grupo de carros com a identificação de colecionador para carros antigos, ou seja, elegíveis para desfilar com a placa preta por aí, deve seguir. Agora, segundo a lei, carros de coleção “são aqueles fabricados há mais de 30 anos, originais ou modificados, que possuem valor histórico próprio”.

Para ser considerado um carro original, ele precisa obter 80 ou mais pontos, de um total de 100, na avaliação sobre as características de fabricação. Os modificados, por sua vez, são os que alteram a originalidade de acordo com as regulamentações determinadas pelo Contran. Essa classificação é aplicada, por exemplo, a picapes transformadas em cabine dupla, carros convertidos em limusines, buggys ou viaturas.

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Placa preta sob a ótica de um especialista

A reportagem do Canaltech procurou um especialista no assunto para dar sua visão particular a respeito da volta das placas pretas às ruas. Fernando Baptista, o Batistinha, como é conhecido no meio, é piloto, preparador e proprietário da BTS Performance. A profissão dá a ele o privilégio de ter contato diário com uma legião de gearheads, colecionadores apaixonados e suas máquinas emplacadas com a placa preta.

Na visão de Batistinha, a placa preta deveria ser concedida a todo e qualquer carro fabricado há mais de 30 anos, desde que em bom estado de conservação. Para ele, a barreira dos 80% de originalidade não deveria existir. “Carro de coleção, hoje, só fica guardado na garagem”, comentou.

“Minha opinião em relação à placa preta é um pouquinho diferente. Eu acho que qualquer carro com mais de 30 anos, em perfeito estado de conservação, independentemente de ter modificações, deveria ter essa placa diferenciada, que eles chamam de placa preta. O problema é que os puristas não aceitam isso de forma nenhuma. Eles acham que, se não é original, não merece a placa preta”.
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Segundo Batistinha, os clientes que têm o direito negado por mexerem “demais” no carro, na verdade estão demonstrando ainda mais carinho com as máquinas. “A maioria das pessoas que querem usar os carros faz upgrades por questão de confiabilidade, segurança e até um pouquinho de desempenho. Nesses casos, o carro acaba perdendo a placa preta, justamente por sair da originalidade”, concluiu.