Teste: Geely EX2 é o rival que o BYD Dolphin Mini não queria por aqui
Por Paulo Amaral |

O BYD Dolphin Mini, carro elétrico mais vendido do Brasil, e o Dolphin GS, seu “irmão maior”, têm um sério motivo para se preocupar a partir de agora, e ele tem “nome e sobrenome”: Geely EX2.
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Lançado oficialmente na última quarta-feira (5), em São Paulo, o hatch 100% elétrico chega ao Brasil com o status de carro mais vendido da China, após ter superado por lá justamente o Dolphin Mini, que na Ásia é vendido com o nome Seagull.
A reportagem do CT Auto esteve presente ao evento de lançamento e, após conhecer todos os detalhes técnicos do mais novo rival dos compactos da BYD, teve a oportunidade de dirigir o Geely EX2 pelas ruas da capital paulista, em percurso livre.
Depois de cerca de 90 minutos a bordo do compacto chinês em situações urbanas, que envolveram até manobras em vagas apertadas para testar o diâmetro de giro e a facilidade de condução do EX2, a conclusão foi a pior possível… para a BYD. Confira as primeiras impressões.
Geely EX2: o “pesadelo” da BYD tem nome
Não é exagero afirmar que o Geely EX2 tem tudo para se tornar um verdadeiro pesadelo para os dois principais campeões em emplacamentos da BYD no mercado brasileiro.
Afinal, o compacto elétrico da rival chinesa chega por aqui em duas versões, ambas com preços agressivos, pensados justamente para encarar, de uma só vez, o Dolphin Mini e o Dolphin GS. A versão de entrada (Pro) sai por R$ 119.990,00, enquanto a topo de linha (Max), está sendo vendida por R$ 135.100,00.
A diferença de preço fica por conta dos acessórios, já que ambas oferecem motor elétrico traseiro de 116 cv de potência e 15,3 kgf/m de torque, além da bateria de 39,4 kWh, que entrega 289 km por ciclo de carga, segundo o Inmetro. O órgão, aliás, informou que o Geely EX2 tem a melhor eficiência energética do país, com consumo de apenas 0,39 MJ/Km.
Para efeitos de comparação, o Inmetro informa que o BYD Dolphin Mini tem bateria um pouco menor (38 kWh) e, por isso, o alcance também é levemente inferior (280 km por ciclo). O Dolphin GS, por sua vez, embora tenha uma bateria com mais capacidade (44,9 kWh), entrega apenas dois quilômetros a mais por ciclo de carga em relação ao Geely EX2 (291 km).
Como anda o Geely EX2?
A experiência ao volante do Geely EX2 foi curta, mas surpreendentemente boa. Engana-se quem pensa que o hatch elétrico entrega apenas o chamado “feijão com arroz”, ou seja, uma aceleração forte, típica dos carros elétricos, e nenhum outro “tempero”.
O Geely EX2, além de bastante esperto nas saídas e nas retomadas, graças à aceleração instantânea, que o faz sair do 0 aos 50 km/h em apenas 3,9 segundos. O popular “0 a 100”, por sua vez, leva 10,2 segundos. Tudo isso é acompanhado de um equilíbrio dinâmico impressionante.
A “culpa” dessa excelente dirigibilidade está no fato de o EX2 ser o único do segmento dotado de tração traseira. Isso faz com que o motorista sinta a sensação de ser “empurrado” para frente a cada acelerada, algo que não ocorre em modelos equipados com tração dianteira. O rival do Dolphin Mini conta ainda com suspensões independentes nas quatro rodas, sendo MacPherson na dianteira e multilink na traseira.
Vale registrar ainda que, embora não tenha sido calibrado especificamente para o Brasil, o Geely EX2 mostrou uma adaptação perfeita às nossas ruas, com uma tocada macia e suave, capaz de filtrar com competência as (muitas) imperfeições das vias. Os pneus 205/60/16, que calçam a versão Max, ajudam nessa missão e tornam o hatch chinês estável e muito confortável.
Outro ponto que pode diferenciar o EX2 dos demais está no quesito manobrabilidade. O hatch chinês tem rodas dianteiras que esterçam até 41 graus e um diâmetro de giro de apenas 9,9 metros. Na prática, isso significa que são necessárias no máximo duas manobras para entrar ou sair de qualquer vaga com rapidez e precisão.
Cabine High-Tech
Não dá para fazer ao menos uma rápida menção também à qualidade dos materiais da cabine e ao pacote de equipamentos. O Geely EX2, que “ainda” não oferece espelhamento com Apple CarPlay e Android Auto (mas logo terá, segundo a marca), tem praticamente toda a cabine construída com material macio ao toque e de qualidade superior aos rivais. As decorações luminosas nos painéis, embora incomuns, devem agradar à maioria das pessoas, assim como o espaço interno, graças ao entre-eixos , que é similar ao de un Volkswagen T-Cross (2,65 metros).
O veredicto definitivo sobre as reais chances de o Geely EX2 vir a se tornar o maior pesadelo do BYD Dolphin e do Dolphin Mini, porém, só será possível após a reportagem do CT Auto passar um tempo maior com o compacto elétrico. A primeira impressão, porém, foi a melhor possível, comprovando que a liderança do segmento em sua terra natal não chegou por sorte ou obra do acaso.
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