Tesla ameaça processar clientes por revenda da Cybertruck
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
A Tesla Cybertruck ainda nem começou a ser entregue aos clientes que fizeram a pré-reserva da controversa picape, mas se tornou o centro de uma nova polêmica envolvendo a marca de Elon Musk.
Depois de virar notícia por conta do design "controverso" e de preocupar o mercado por conta dos seguidos atrasos na produção, ora causados pela crise dos semicondutores, ora por mudanças no design e, outras vezes por "puro capricho" de Elon Musk, agora a picape virou caso de Justiça.
Isso aconteceu porque, para se precaver contra possíveis especulações de mercado, a montadora colocou no contrato original de compra e venda do carro uma cláusula ameaçando processar quem revendesse a caminhonete sem autorização prévia da marca.
O documento obtido pelo site Ars Technica mostrou a existência de uma cláusula que obrigava o cliente a procurar a Tesla caso desejasse revender a Cybertruck até um ano após a entrega da caminhonete.
No caso de o comprador não procurar a Tesla, ou de a montadora não mostrar interesse na recompra, ele poderia, então, repassar a picape a outra pessoa, mas "somente se a Tesla fornecesse consentimento por escrito”.
Tesla volta atrás
Proucurada pelo pessoal responsável pelo vazamento da polêmica cláusula, a Tesla não se pronunciou a respeito do assunto, mas, diante da repercussão negativa após a exposição da polêmica cláusula contratual na mídia, resolveu voltar atrás.
A montadora retirou a “ordem” de aguardar autorização prévia da marca, caso o cliente queira repassar a Cybertruck antes de completar um ano da aquisição da caminhonete. O documento, agora, adota regras mais brandas no que diz respeito à rápida revenda do modelo, mas sem qualquer tipo de ameaça judicial ao cliente que, porventura, não queira procurar a montadora antes do prazo de um ano para se desfazer da Cybertruck.
Segundo o documento de compra e venda atual da Cybertruck, a única atitude da marca em relação aos clientes que firmaram compromisso é "cancelar unilateralmente o contrato caso fique comprovado que a compra foi feita única e exclusivamente com o objetivo de revenda sequencial". A Tesla não faz qualquer menção a possíveis sanções judiciais, mas também não explica como esse "objetivo de revenda sequencial" pode ser confirmado para a anulação da venda.
Fonte: Ars Technica