Por que o Citroën C3 está sendo tão criticado pelas concessionárias?
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
Lançada no Brasil em agosto de 2022, a nova geração do Citroën C3, hatch compacto com “jeitão de SUV”, virou o pivô de uma grande confusão entre as concessionárias da marca francesa e o Grupo Stellantis, que também tem sob sua aba as montadoras Peugeot, RAM, Jeep e Fiat.
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De tanto ouvirem reclamações dos clientes a respeito do carro, as concessionárias que vendem o Citroën C3 também passaram a mostrar insatisfação com o produto. E resolveram levar o problema adiante.
O mal-estar gerado foi tanto que as associações dos concessionários Peugeot (Abracop) e Citroën (Abracit) uniram forças e emitiram um comunicado conjunto endereçado a Antonio Filosa, CEO da Stellantis. A notificação extrajudicial vazou para a imprensa e escancarou a insatisfação de ambas as representantes contra a qualidade do C3.
O teor das cobranças em cima do principal executivo da Stellantis é pesado e critica, principalmente, a falta de peças para solucionar “problemas recorrentes” do Citroën C3. De acordo com as associações, foram realizados diversas campanhas de atualização entre outubro de 2022 e maio de 2023 para troca ou verificação de 15 itens diferentes:
- Software do multimídia
- Faróis dianteiros
- Suspensão dianteira
- Chicote de rádio
- Pedal do freio
- Telecodificação do rádio
- Pivô da suspensão dianteira
- Vidros das portas dianteiras
- Fechadura da tampa do porta-malas
- Software BCCM
- Regulagem dos faróis
- Chicote do motor
- Motoventilador
- Tampa do tanque de combustível
- ABS traseiro
Segundo os concessionários, a Stellantis tem ciência de todas as críticas e dos problemas que o Citroën C3 vem apresentando desde seu lançamento, mas não parece muito preocupada em resolvê-los com a agilidade necessária.
Resposta da Stellantis
A reportagem do Canaltech procurou a Stellantis para saber da empresa detentora das marcas Citroën e Peugeot o porquê de o C3 estar sendo tão duramente criticado pelas concessionárias.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a marca tratou como “inconvenientes pontuais” as reclamações a respeito da falta de peças para reparo, afirmou que trabalha para que isso seja corrigido “na maior velocidade possível” e que todos os produtos, incluindo o Citroën C3, são submetidos aos “mais rígidos testes de qualidade”.
Confira a íntegra da declaração enviada ao Canaltech:
“Stellantis afirma que detém os mais rígidos testes de qualidade, alinhados com as melhores práticas globais e que inconvenientes pontuais de abastecimento de peças são tratados e corrigidos com a maior velocidade possível. O Novo Citroën C3 não está passando por nenhuma campanha de recall. Essas campanhas seguem uma série de protocolos rígidos de comunicação com o governo e clientes. As ações feitas pelos concessionários citadas pelo jornalista envolvem atualizações gratuitas de melhoria do produto, mantendo assim o compromisso da Stellantis com a satisfação do cliente.”