Dedo-duro? Carros da Ford poderão “denunciar” quem exceder velocidade
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |

A Ford pode, em breve, colocar no mercado um sistema que promete ajudar as autoridades a fiscalizarem quem desobedece os limites de velocidade das vias. Pelo menos é isso o que a marca pretende com o sistema registrado no USPTO (Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos) em março deste ano.
Batizado como “Sistemas e métodos para detecção de violações de velocidade”, a patente da Ford trata da utilização de novas tecnologias capazes de detectar quando um veículo excede os limites de velocidade estabelecidos para uma via.
O “dedo-duro” utilizaria câmeras instaladas a bordo e em torno do carro para monitorar não apenas a própria velocidade, mas também a dos carros que estiverem ao redor. A tecnologia V2V fará com que os carros “conversem” entre si e, ao detectar infrações, realizem os registros por meio de imagens e encaminhem os dados para as autoridades.
As fotos e os dados de velocidade do ou dos carros colhidos pelo sistema seriam enviados para um carro de polícia próximo ao local, ou, então, para estações da polícia rodoviária, que poderiam tomar as ações cabíveis para aplicação das penalidades.
Lado “legal” da tecnologia é empecilho
A documentação da Ford registrada no Escritório de Patentes não deixou claro, porém, se há embasamento legal para que a tecnologia possa, de fato, atuar como “dedo-dura” e denunciar às autoridades possíveis infrações, já que os equipamentos não contam com homologação do departamento de trânsito.
Vale lembrar que, em um passado recente, a própria Ford patenteou um sistema capaz de detectar se um carro está ou não com prestações pendentes e, por meio de uma série de comandos, desligar recursos como o ar-condicionado e até mesmo ordenar que o sistema autônomo ligue o carro e o conduza sozinho de volta para a fábrica.
Para tomar o controle do carro e retomar a posse, porém, a Ford só pode acionar os comandos autônomos se o veículo não estiver estacionado dentro da residência do cliente com as prestações em atraso. Caso contrário, poderá ser processada por invasão de domicílio. Por conta disso, o sistema, embora patenteado, ainda não está em uso pela montadora.