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Brasil tem poucos veículos elétricos; alto custo é um dos vilões

Por| 29 de Agosto de 2017 às 09h09

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Brasil tem poucos veículos elétricos; alto custo é um dos vilões
Brasil tem poucos veículos elétricos; alto custo é um dos vilões

Licenciados no Brasil desde 2016, os veículos elétricos ainda não são populares por aqui. Mas muito se engana quem pensa que é questão de preferência pelos modelos tradicionais: o grande vilão é o alto custo desse tipo de veículo.

Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, esses carros correspondem a apenas 0,18% da frota nacional, e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores registrou 3.818 veículos elétricos no país, contra 2 milhões de carros novos no total. Por aqui, ainda não há a fabricação de carros elétricos, sendo que 80% dos importados usam a tecnologia híbrida (que combinam motor a combustão com baterias elétricas). Entre os seis modelos importados disponíveis no mercado, apenas um não é híbrido, e ele custa a partir de R$ 170 mil.

Para Flávia Consoni, professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp, “as políticas públicas são essenciais para que tecnologias que são de ruptura possam ser fortalecidas e apoiadas”, e, no caso dos veículos elétricos, “eles ainda estão disputando o mercado com os de combustão interna”. Para ela, faltam estímulos, ainda que o país tenha algumas iniciativas em andamento, como a Resolução da Camex 97/2015, que reduziu a alíquota do imposto de importação para este tipo de veículo.

Já em outros países, há programas de financiamento destinados exclusivamente para a compra de carros movidos a baterias, com juros mais amenos, e esses veículos recebem, ainda, isenção de taxas de pedágios, ou permissão para trafegarem em áreas restritas, segundo a professora. "No caso brasileiro, não há uma clara sinalização de política pública que estimule este mercado, com a quase completa ausência de instrumentos de promoção e de estímulo à pesquisa e desenvolvimento e à produção e comercialização dos veículos elétricos no país", completa.

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Programa do governo

No entanto, o Governo Federal lançou em janeiro de 2017 o Programa Brasil-Alemanha de Fomento à Mobilidade Elétrica, com o objetivo de os dois países, juntos, criarem em 4 anos um plano para incentivar e normatizar a mobilidade elétrica aqui no Brasil. De acordo com Margarete Gandini, diretora do Departamento das Indústrias para a Mobilidade e Logística do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, “o foco de atuação será o transporte coletivo urbano e o transporte de cargas, porque nesses grandes centros urbanos é onde você tem um alto potencial de redução das externalidades negativas relacionadas tanto a emissões quanto a poluição sonora”. Sendo assim, o atual programa em andamento não será muito efetivo para que a população tenha acesso aos veículos elétricos particulares.

Transformando carros convencionais em elétricos por conta própria

Além do preço exorbitante para comprar um carro elétrico no Brasil, outro impeditivo para que esse tipo de veículo se torne popular por aqui é a questão da autonomia, já que os motoristas temem que as baterias se esgotem antes de encontrar um eletroposto no meio do caminho. Ainda assim, há quem esteja se aventurando na conversão de seus carros a gasolina em elétricos.

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Foi o que fez Elifas do Amaral, coronel aposentado do Exército. Engenheiro, ele investiu cerca de R$ 60 mil, além do preço do veículo, para viabilizar a conversão. O carro foi transformado em 2008 e, segundo o proprietário, precisou de poucas manutenções até então. Sua garagem também precisou ser adaptada para acomodar uma rede de energia para o abastecimento do carro, o que representou um acréscimo de R$ 30 em sua conta de luz. Contudo, o militar calcula que economiza cerca de 70% em manutenção e abastecimento em comparação com um carro com motor a combustão.

Vale ressaltar que a legislação brasileira permite a conversão de carros a gasolina em elétricos. Portanto, essa é uma saída para driblar a realidade do mercado automotivo, que só é capaz de importar esse tipo de veículo a altos custos para os brasileiros.

Fonte: Agência Brasil