Caça F-16 comandado por IA vence combate aéreo contra humano
Por Paulo Amaral | Editado por Jones Oliveira | 07 de Maio de 2024 às 16h15
A USAF, Força Aérea dos Estados Unidos, quer utilizar recursos de Inteligência Artificial (IA) em combates a partir de 2028. O primeiro passo foi dado com sucesso na base situada em Edwards, na Califórnia.
Segundo informações da DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa), um caça F-16 controlado por inteligência artificial travou um combate aéreo simulado contra outro avião do mesmo modelo, e saiu vencedor da batalha.
O teste foi realizado sob a coordenação da DARPA e da Escola de Pilotos de Testes da USAF em setembro de 2023, mas apenas agora, em maio de 2024, os resultados foram divulgados.
De acordo com Frank Kendall, Secretário da Força Aérea dos Estados Unidos, o sucesso nos testes é o ponto de maior relevância na aviação do país desde a introdução do stealth, ainda no início da década de 1990. “Esse é um momento de transformação”, resumiu.
Como foi o combate vencido pela IA?
O combate aéreo vencido pelo jato comandado por IA foi a bordo de um X-62 VISTA, um F-16 modificado para testar as habilidades da IA. Ele começou com manobras defensivas, principalmente para garantir a segurança do evento.
De acordo com a DARPA, com o passar do tempo a complexidade do teste aumentou, com os jatos chegando a se cruzar em velocidades de até 880 km/h. O combate contou com o uso de algoritmos “não determinísticos”, e isso permitiu adaptação contínua e tomada de decisões em tempo real por parte da IA.
“É muito fácil olhar para o programa X-62A ACE e vê-lo como estando sob controle autônomo. Ele pode lutar, mas isso não é o principal. Os dogfights eram o problema a ser resolvido para que pudéssemos começar a testar sistemas autônomos de inteligência artificial no ar. Cada lição que aprendemos se aplica a todas as tarefas que você poderia atribuir a um sistema autônomo”, disse Bill Gray, principal piloto de testes da escola.
O próximo passo a respeito da utilização da IA em jatos de guerra ainda será definido pelos responsáveis, mas a ideia da Força Aérea dos EUA é ter uma frota com 1.000 aviões não tripulados prontos a partir de 2028. Sempre, claro, com supervisão humana nos sistemas que contarem com a utilização de armas.