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Temu é processada nos EUA: 'é um malware perigoso', diz procurador

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 27 de Junho de 2024 às 10h42

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(Imagem: Renan da Silva Dores/Canaltech)
(Imagem: Renan da Silva Dores/Canaltech)

O procurador-geral do estado do Arkansas (Estados Unidos) Tim Griffin apresentou um processo contra o aplicativo de compras Temu, em que acusa o app de ser um "malware perigoso" disfarçado que consegue acesso aos dados nos celulares das pessoas.

Segundo o texto do procurador, a Temu foi “projetado propositalmente para obter acesso irrestrito ao sistema operacional do celular”, incluindo funções como câmera, localização, contatos, mensagens de texto, documentos e outros aplicativos.

"A Temu pretende ser uma plataforma de compras online, mas é um malware perigoso que sorrateiramente dá a si mesma acesso a virtualmente todos os dados no celular de um usuário", acusa Griffin.

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Temu: app de compras ou malware?

Temu é uma plataforma de comércio eletrônico chinesa bastante popular nas lojas de aplicativo. O serviço chegou no começo de junho do Brasil para rivalizar com gigantes do varejo como Magazine Luiza, Amazon, Shopee e Shein.

O aplicativo de compras acusado de ser um malware é administrado pela PDD Holdings, a mesma empresa responsável pelo Pinduoduo. Originalmente sediada na China, a PDD mudou sua sede para a Irlanda no ano passado.

O processo do Arkansas destaca que o Pinduoduo já enfrentou acusações de espionagem anteriormente e foi suspenso da Play Store em 2023 por questões de segurança com versões não oficiais do aplicativo.

O estado do Arkansas alega que a Temu foi desenvolvido com base no Pinduoduo. “As atividades do Temu foram descobertas após a remoção do Pinduoduo da Play Store por conter malware que explorava falhas nos sistemas operacionais dos celulares, permitindo acesso indetectável a dados e reconfigurações que evitavam a detecção”, afirma o processo.

O documento sugere ainda que o app da Temu pode ser ainda mais nocivo que o Pinduoduo. O texto cita um relatório de setembro de 2023 da Grizzly Research, empresa especializada em análises sobre empresas públicas, que alega que o aplicativo tem capacidade de hackear os celulares e modificar as configurações de privacidade de dados.

“De acordo com esses especialistas, a Temu coleta uma quantidade chocante de dados confidenciais do usuário, além do necessário para um aplicativo de compras online”, destaca o processo.

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Posicionamento da Temu

Ao Canaltech, representantes da Temu declararam estarem "surpresos e desapontados com o fato do Gabinete do Procurador-Geral do Arkansas (EUA) ter instaurado uma ação judicial sem qualquer apuração independente dos fatos".

A empresa afirma que "as alegações da ação judicial baseiam-se em informações equivocadas que circulam na internet, originadas de uma venda a descoberto (short-seller), e são totalmente infundadas. Negamos categoricamente as acusações e nos defenderemos de forma enérgica".

"Compreendemos que, sendo uma empresa nova com um modelo de venda inovador, algumas pessoas podem nos interpretar erroneamente. Estamos empenhados em alcançar o longo prazo dos nossos negócios e acreditamos que a apuração dos fatos beneficiará nosso desenvolvimento. Estamos confiantes de que as nossas ações e contribuições para a comunidade falarão por si ao longo do tempo", informou a companhia.